Betina Polaroid caiu nas graças do público logo no primeiro episódio da franquia brasileira de “Drag Race”. Seu verso na música “Festa com Mozão”, “Vem pro estúdio da Betina Polaroid”, não saiu da boca dos fãs do reality e catapultou a drag queen para o sucesso.
Após ser finalista no programa, Betina está cheia de planos e com a agenda lotada. Um dos seus próximos eventos é a participação no show que a cantora Letrux — uma de suas musas inspiradoras — fará no Circo Voador, no Rio de Janeiro, no dia 22 de dezembro. Os ingressos já estão à venda.
Exposição de polaroides
Em entrevista exclusiva ao iG Queer a drag queen revelou alguns de seus projetos que surgirão no próximo ano. Entre eles está uma exposição de polaroides e foto-montações — mostra que ela já realizou antes do reality e da pandemia da Covid-19.
“Eu já tenho uma exposição pronta que eu inaugurei pela primeira vez em dezembro de 2019, no Rio de Janeiro, na galeria de arte fotográfica do Ateliê Oriente. Fui convidado pelo Paulo Marcos e pela Kitty Paranaguá, que são dois fotógrafos que gerem o ateliê, para fazer a exposição lá com os anos de história que eu registrei da cena drag, especialmente a carioca, quando fotografei eventos, festas, shows em teatro, bastidores e camarins”, conta Betina.
A exposição precisou ser desmontada pouco antes do lockdown da pandemia, o que Betina considera que foi um “momento muito duro”.
“Eu tinha acabado de me expor e tive que retrair novamente. Quando houve a abertura dos eventos presenciais no pós-pandemia, eu fui convidada a expor no Festival de Fotografia de Tiradentes [MG], que é um festival bastante importante de fotografia aqui no país. Fiz a exposição lá e tudo se renovou.”
Em dezembro a exposição volta a ganhar vida mais uma vez: “Fui convidada agora para participar de outro festival que acontece no Rio, o Festival da Fotografia Analógica, que vai rolar em dezembro. A gente vai ocupar a Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna)”. O festival acontece em 9 e 10 de dezembro.
Gênero fluido
A drag queen explica que o trabalho documental formou um acervo “muito interessante para exposição”, que inclui também registros dos processos de transformação da própria artista ao longo do tempo.
“Também têm autorretratos de alguns trabalhos pessoais que eu fui desenvolvendo para falar sobre minhas próprias questões, que eu estava colocando ali sobre minha não conformidade de gênero”, diz a drag que se identifica como uma pessoa de gênero fluido.
“Conforme eu comecei a registrar a cena drag, comecei a me identificar com aqueles artistas de uma forma muito intensa. Era uma identificação que trouxe para mim um sentimento de pertencimento, porém escondido atrás da câmera era mais difícil me conectar com as pessoas”, explica Betina ao contar o porquê resolveu começar a fazer drag.
“Eu queria realmente pertencer, fazer parte da cena, experimentar e entender também qual seria o meu lugar nesse universo. Também queria entender os meus questionamentos em relação ao gênero, que já vinham antes, mas eram menos compreendidos. Eles eram uma coisa um pouco mais velada pra mim, porque, na verdade, vinham desde criança.”
Ela continua: “A arte drag foi um canal que eu encontrei de colocar isso no meu corpo, de começar a me compreender como uma pessoa fluida. Hoje o que mais me contempla é me compreender como uma pessoa de gênero fluido.”
“Quando eu me monto como Betina, eu não estou exatamente interpretando uma personagem. Estou colocando algo meu para fora, sou eu que estou ali. Eu sou a Betina”, diz a drag com orgulho.
A artista ainda pretende lançar um livro com seu trabalho fotográfico, o que deve ocorrer no primeiro semestre de 2024, além de estrear uma nova temporada do "Drag Photo Estúdio" — um programa no YouTube em que Betina convida outras drag queens para serem fotografadas em seu estúdio e para um bate papo.
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