Betina Polaroid caiu nas graças do público logo no primeiro episódio da franquia brasileira de “Drag Race”. Seu verso na música “Festa com Mozão”, “Vem pro Estúdio da Betina Polaroid”, não saiu da boca dos fãs do reality e catapultou a drag queen para o sucesso.
Em entrevista exclusiva ao iG Queer , a artista revela que, contudo, o “sobrenome” "Polaroid" não foi o primeiro que lhe surgiu quando começou a se caracterizar como drag queen.
“Meu primeiro nome teria sido Betina Photoshop porque eu imaginava uma drag que, na verdade, só se concluía na imagem”, conta. “Eu não me imaginava como uma drag performer.”
No começo da carreira, Betina teve a ideia de fazer seus primeiros figurinos usando sucata de material fotográfico, filmes vencidos, negativos velhos, filtros de câmera sem uso, entre outros materiais.
“Eu comecei a falar com meus amigos fotógrafos para me darem esse material, que fosse de descarte, para eu usar para fazer roupa. No meio desse material veio na minha mão uma câmera polaroid rosa da Barbie que estava funcionando perfeitamente.”
Ela continua: “Aí eu entendi que aquela câmera era uma alegoria perfeita para aquilo que eu estava vivendo, porque meu sentimento quando eu comecei a me montar era de um resgate da infância, quando eu roubava o batom da minha mãe escondido. Era um resgate daquela ‘criança viada’ que foi o oprimida e que não pôde viver isso [a fluidez de gênero] nem na infância e nem na adolescência.”
“Só fui me montar aos 38 anos de idade”, afirma Betina, que está com 46. “Foi aí que eu dei vazão a essa experiência de libertar a minha identificação com o feminino que tinha ficado sufocada”, diz a drag que se identifica como uma pessoa de gênero fluído.
“Adotei o Betina Polaroid e a câmera quase como um amuleto”, finaliza.
Agora você pode acompanhar o iG Queer também no Instagram!