Hellena Malditta é uma das finalistas da primeira temporada de 'RuPaul's Drag Race'
Reprodução/Instagram
Hellena Malditta é uma das finalistas da primeira temporada de 'RuPaul's Drag Race'

Hellena Malditta é uma das finalistas da primeira edição de Drag Race Brasil . Junto de Betina Polaroid, Miranda Lebrão e Organzza, a drag queen de Salvador lutará pelo prêmio de R$ 150 mil do reality, que terá sua final exibida na próxima quarta-feira (15).


Única representante do Nordeste na competição, Hellena chamou a atenção por sua polidez, beleza, postura de miss e seus posicionamentos marcantes. Um dos momentos mais simbólicos da temporada veio de uma revelação da queen, que compartilhou com o público viver com HIV há pelo menos 10 anos — desde os 16.

“Eu, particularmente, fui muito abraçada pelas assistentes sociais e pelas médicas. Eu dei a sorte de ser assistida por uma equipe muito boa depois que eu comecei meu tratamento, e também fui procurar nos lugares certos”, compartilha a drag queen, com exclusividade ao iG Queer , que entende que seu caso nem sempre é a regra.

“Há pessoas que têm experiências super traumáticas já no diagnóstico, do profissional fazer a pessoa se sentir mal por aquilo [pelo diagnóstico HIV+]. Eu acho que é despreparo que às vezes acontece [...] As únicas referências que a gente tem são de LGBTs morrendo em massa. Então a gente pensa que vai junto. Ainda não está nítido de que se trata de uma vírus que é controlável.”


Look Carmen Miranda

Hellena Malditta utilizou a temática da prevenção ao HIV para fazer seu look inspirado em Carmen Mirando em um dos desafios de 'Drag Race Brasil'
Reprodução/ Paramount+
Hellena Malditta utilizou a temática da prevenção ao HIV para fazer seu look inspirado em Carmen Mirando em um dos desafios de 'Drag Race Brasil'


A partir da revelação do diagnóstico HIV+ no programa, a queen teve outro momento marcante relacionado ao tema. Em um desafio de passarela inspirado na artista luso-brasileira Carmen Miranda, Hellena resolveu utilizar sua relação com o vírus de forma criativa. Ela conta como surgiu a ideia de desfilar com o laço vermelho — símbolo da luta contra o HIV.

“Eu sou designer de moda e cabeleireiro, e ia fazer um look inspirado no universo da costura [para o desafio]. Eu já tinha desenhado, ia ser um look todo em algodão cru com umas fitas métricas gigantes [que representariam] uma máquina [de costura] na cabeça. Só que eu percebi que ia ser uma coisa muito óbvia, mais uma drag fazendo look de costura.”

Ela continua: “Eu também estava com o tempo muito apertado, não tinha como elaborar coisas tão incríveis. Era um ou dois dias para produzir cada look. Eu não podia perder muito mais tempo do que isso. Eu pensei: ‘Não sei em que ponto vai ser isso da competição, mas eu quero falar sobre algo a mais, que seja mais íntimo sobre mim.”

Originalmente o desafio seria de criação de um adereço de cabeça com o tema “desafie a gravidade”. “Eu fiquei pensando nisso, de fazer uma coisa muito grande. O maior peso que eu carreguei por anos, sem contar para ninguém, foi o fato de estar vivendo com HIV, estar nesse mundo de desinformação, e sempre estar querendo me provar quanto artista na cena drag, sem querer que ninguém soubesse, para não ser estigmatizada.”

“Achei que esse era o peso que desafiava a minha gravidade e que poderia ser o tema do desafio”, acrescenta Hellena, que descobriu só no programa — assim com as outras competidoras — que o adereço de cabeça, na verdade, faria parte de um desafio relacionado à Carmem Miranda. “Chegando lá a gente descobre que as provas mudam de nome, entre outras coisas.”


Snatch Game: ‘Ai, que loucura!’

Outro momento marcante da trajetória da queen foi o tradicional "Snatch Game", desafio de imitação de celebridades. Hellena ganhou a prova dando vida à socialite Narcisa Tamborindeguy.

“Até cinco anos atrás eu não sabia quem era a Narcisa. Eu não conheço muitas personalidades. Parece que eu vivo numa bolha e a cada dia estou descobrindo pessoas novas que todo mundo já conhecia ou que eu deveria conhecer.”


A queen conta que quem apresentou a personalidade a ela foi seu marido. “Ele já imitava ela em casa, só que eu nunca entendia, eu não achava graça. Ele me mostrou ela e os memes. Eu fiquei treinando durante todo o processo, desde a inscrição até a certeza de que eu iria participar do programa.”

“Eu ficava assistindo horas e horas de podcast de Narcisa”, revela Hellena. “Eu achei muito divertido [o Snatch Game]. Eu não sei o que aconteceu comigo ali. Eu estava sóbria, mas parecia que eu tinha tomado umas três caipirinhas de vez, e quando a gravação acabou ainda fiquei uma hora falando que nem ela. Eu não conseguia parar.”

Única representante do Nordeste no cast

A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
A finalista de 'Drag Race Brasil', Hellena Malditta
Hellena Malditta utilizou a temática da prevenção ao HIV para fazer seu look inspirado em Carmen Mirando em um dos desafios de 'Drag Race Brasil'
Hellena Malditta é uma das finalistas da primeira temporada de 'RuPaul's Drag Race'
Hellena Malditta é uma das candidatas a entrar para o elenco do "Drag Race Brasil"



Um dos pontos que chamou a atenção do público quando o cast do programa foi revelado foi a falta de diversidade regional entre as queens. Hellena, inclusive, foi a única representante de todo o Nordeste no elenco.

“A gente conhece a potência das artistas do Norte e do Nordeste, a gente faz essa arte com sede de querer fazer mais. Eu imaginava vários nomes que eu poderia ter encontrado lá e foi uma surpresa não encontrar.”

Ela finaliza: “Eu achei que teriam muito mais representantes, mas também quando eu descobri que era a única [do Nordeste], eu acho que foi o que me deu mais gás. ‘Eu não posso ser a única do Nordeste e sair de cara’, eu pensei.”

Agora você pode acompanhar o iG Queer também no Instagram!

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!