Desde sua estreia no "Prime Video", em 11 de agosto, o romance queer "Vermelho, Branco e Sangue Azul", baseado no best-seller homônimo de Casey McQuiston, conquistou milhões de fãs nos mais de 240 países e territórios onde a produção é exibida no catálogo do serviço de streaming.
O filme mostra a relação de Alex Claremont-Diaz (Taylor Zakhar Perez), filho da primeira mulher presidente dos Estados Unidos (Uma Thurman), e o príncipe britânico Henry (Nicholas Galitzine). Ambos têm muito em comum: uma beleza estonteante, um carisma inegável, uma popularidade internacional e, o mais importantede, um total desdém um pelo outro.
Separados por um oceano, a rivalidade de longa data não foi realmente um problema até que uma briga desastrosa, envolvendo um grande bolo em um evento real, se torna um prato cheio para os tablóides, abrindo uma barreira potencial nas relações entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, no pior momento possível.
As famílias poderosas dos nobres, então, forçam os dois rivais a uma “trégua encenada”. Quando o relacionamento gelado de Alex e Henry inesperadamente começa a derreter em uma tentativa de amizade, o atrito que existia entre eles acende algo mais profundo e começa ali uma história de amor.
Em conversa exclusiva com o iG Queer, o diretor do longa, Matthew López, afirma que espera que, a partir de "Vermelho, Branco e Sangue Azul", seja cada vez mais permitido que mais filmes com a temática queer sejam produzidos em grandes plataformas, e não somente no cenário audiovisual independente.
"Há um equívoco em Hollywood em pensar que o público não consegue lidar com dois homens ou duas mulheres fazendo sexo na tela e por isso, tradicionalmente, os cineastas têm sido encorajados (ou ordenados) a evitar este tipo de cena", critica o diretor.
"O fato de as cenas de sexo neste filme não apenas não terem sido rejeitadas pelo público, mas também celebradas, prova o quão falsa é essa premissa."
Matthew ainda conta que a química entre os atores principais não foi criada, mas que "existia naturalmente". "O que Robbie [Taylor Hunte, o coordenador de intimidade do longa] e eu conseguimos fazer foi aproveitar essa química e criar um ambiente seguro para ela florescer."
Diretor gay
Matthew López tem 46 anos, é um dramaturgo, diretor e roteirista. Sua peça "The Inheritance" (A Herança, em tradução), dirigida por Stephen Daldry, estreou no teatro Young Vic de Londres em 2018, e foi chamada de "a peça americana mais importante do século". Ele levou os prêmios Tony Award e GLAAD Media Award pela obra.
Naquele ano, o espetáculo foi transferido para a região West End e estreou na Broadway, em 2019. A peça ganhou uma versão brasileira, com o título traduzido em português, estrelada por Reynaldo Gianecchini e Bruno Fagundes .
O filho de Antônio Fagundes conversou com o iG Queer durante as fases de ensaio da peça, que está em cartaz no Rio de Janeiro . Confira a entrevista neste link.
Matthew cresceu nas décadas de 1980 e 1990, quando havia pouca ou quase nenhuma representação LGBT+ nos cinemas, especialmente sem a utilização de recursos discriminatórios e esteriótipos . Ele afirma que estes fatores compõem "grande parte do motivo" pelo qual ele fez "Vermelho, Branco e Sangue Azul".
"Eu não tinha livros como esse quando era mais jovem e certamente não existia filmes como esse. Eu queria corrigir isso para o público mais jovem", afirma o dramaturgo.
Para finalizar, o diretor revela qual romance LGBT+ que leu e que gostaria que fosse sua próxima adaptação queer para o cinema: "'Maurice', por E.M. Forster". A obra foi escrita entre 1912 e 1913, mas só foi publicada em 1971, após a morte do autor e conforme o seu desejo. O romance narra a história de Maurice e suas paixões por outros rapazes.
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