Nesta segunda-feira (9), a vereadora Erika Hilton finca mais uma bandeira na luta pela visibilidade e protagonismo de travestis e mulheres negras na política. Além de presidir pelo segundo ano consecutivo a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de São Paulo e também a inédita CPI da Violência contra pessoas trans e travestis, a vereadora, que foi a mais votada do país em 2020, se torna a primeira parlamentar travesti a liderar uma bancada de parlamentares. Erika será líder da bancada do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), a terceira maior da capital paulista, até o fim do ano de 2022.
Segundo a vereadora, os desafios da nova posição demonstram os patamares inéditos que a chegada de pessoas como ela na política vem alcançando. “Quando fui eleita, costumavam me perguntar se eu não achava que poderia queimar pontes com setores mais amplos, conservadores, trazendo as pautas que são inerentes à minha exsistência: negritude, LGBTs, direitos humanos.” conta Erika. “Nesse 1 ano e 5 meses de mandato, conseguimos provar exatamente o contrário. Sou uma das vereadoras mais atuantes da Câmara, com ampla produção legislativa em todas as áreas.”
“Através da nossa capacidade de articulação política ampla, conseguimos aprovar projetos importantíssimos que beneficiam toda cidade, presidir uma Comissão e uma CPI, algo inédito para um partido ideológico, como o PSOL, e para pessoas trans de todo Brasil. Volto a reafirmar, se enganam os que reduzem as pautas de direitos humanos à pautas identitárias, menores, e os que esperam de mim uma atuação política nichada, segmentada. Chegamos na política para romper barreiras, interseccionar lutas e atuar em todas as áreas. Da saúde, educação, meio ambiente, transporte, administração pública, geração de emprego.”
Nos 8 meses restantes do ano de 2022, a Câmara Municipal deve discutir e votar projetos voltados para a Revisão do Plano Diretor Municipal de São Paulo, além de encarar projetos polêmicos de vereadores, da prefeitura e também o processo de cassação do Vereador Camilo Cristofaro, por suas declarações racistas.
“A transparência política e a didática para romper o silêncio e a desinformação serão nossas aliadas para visibilizar os projetos progressistas e combater os que, em nossa visão, querem prejudicar a cidade e sua população, ainda mais em uma época eleitoral, onde o foco da sociedade estará distante da cidade.
A gestão do prefeito Ricardo Nunes aprovou um recorde de projetos vindos do executivo no último ano, como aumento do IPTU para imóveis nas periferias e mais uma reforma na previdência municipal dos servidores públicos. Erika chama atenção para a situação: “Temos o dever de não permitir que a boiada continue passando em São Paulo, mesmo que tenhamos responsabilidades igualmente grandes nas escalas estadual e federal, com as eleições que se aproximam. Contem com minha atuação em todas essas lutas, independente da escala.”
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