A população transgênero pode requerer a cirurgia de redesignação
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A população transgênero pode requerer a cirurgia de redesignação

O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), se tornou o primeiro do estado que foi credenciado para realizar  cirurgias afirmativas de gênero, mamoplastia masculinizadora, histerectomia, tireoplastia e plástica mamária pelo  Sistema Único de Saúde (SUS), na Bahia. O primeiro procedimento de transgenitalização realizada com o apoio da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) aconteceu no dia 9 de agosto.

O HUPES conta com um Ambulatório Transexualizador especializado de apoio à saúde da população trans credenciado ao Ministério da Saúde desde 2018 e agora recebe o programa que, inicialmente, irá ofertar uma vaga mensal para realização dessas cirurgias. O projeto é que o hospital seja credenciamento como unidade hospitalar junto ao Ministério da Saúde para ampliar a oferta de procedimentos.

O médico Ubirajara Barroso Jr., cirurgião responsável pela equipe que realizou o primeiro procedimento, comentou que esse tipo de cirurgia de redesignação é novidade no estado e que a paciente passa bem após a realização.

“As cirurgias regulares de transgenitalização são uma novidade na Bahia, onde a demanda é bastante significativa. Nessa primeira paciente fizemos a clitoroplastia, vaginoplastia e labioplastia. Ou seja, realizamos a construção de uma neovagina utilizando tecidos da própria paciente. Nesse momento retiramos também os testículos”, explicou. 

A primeira paciente operada por meio do programa é acompanhada pelo Ambulatório Transexualizador do HUPES desde 2018. Nesse período, recebeu  assistência regular de uma equipe multiprofissional e foi considerada apta entre os departamentos de Endocrinologia, Psicologia e Serviço Social para passar pelo procedimento cirúrgico que busca alterar as características sexuais/genitais do indivíduo para estar em conformidade com o gênero ao qual se identifica socialmente.

No SUS, desde 2008, são oferecidos procedimentos ambulatoriais e cirurgias para pacientes que queiram fazer a redesignação sexual. Até junho deste ano, sete estabelecimentos de saúde estavam habilitados junto ao Ministério da Saúde nas modalidades tanto hospitalar quanto ambulatorial e dois estabelecimentos na modalidade hospitalar para realização de cirurgias de redesignação sexual, totalizando 9 estabelecimentos no Brasil. O centro baiano será o décimo com habilitação também hospitalar para realização dessas cirurgias.

Para fazer a cirurgia, é preciso ter mais de 21 anos, estar inscrito no ambulatório de transgêneros do HUPES, e ter passado pelo programa proposto pela equipe multidisciplinar, por pelo menos 2 anos, que contempla o acompanhamento com uma equipe médica e psicológica, a mudança de nome social e a etapa hormonal, entre outros.

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