Quinn joga profissionalmente no OL Reign de Seattle, na Liga Nacional Feminina dos Estados Unidos
Reprodução/Instagram 20.07.2023
Quinn joga profissionalmente no OL Reign de Seattle, na Liga Nacional Feminina dos Estados Unidos

Quinn, da  seleção de futebol canadense está fazendo história nesta  Copa do Mundo feminina: é a primeira pessoa trans não binária a participar de todas as edições da competição, inclusive das masculinas. E este não é seu primeiro feito, pois também faturou uma medalha de ouro no futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão, em 2021.

O talento para os esportes começou cedo, ainda criança, quando Quinn tinha apenas seis anos de idade e já participava de competições natação, hockey e ski. Mais tarde, quando participava pela Universidade de Duke, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, foi chamade pela jogar na Liga Nacional Feminina do país.

Em novembro de 2020, fez uma  cirurgia de mastectomia um pouco antes de competir nas Olimpíadas e estava preocupade sobre o quanto isso poderia afetar seu desempenho nos preparativos para a competição esportiva. Contudo, o procedimento foi um sucesso e o time levou uma medalha de ouro. Um ano depois, Quinn fez um depoimento comovente sobre o ocorrido. 

"Acontece que foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. A jornada de cada pessoa é diferente e, para mim, seguir o caminho da afirmação da cirurgia me deu conforto, confiança e alívio. O cuidado afirmativo deve ser um direito. Atualmente, o atendimento é inacessível para muitos devido aos custos, profissionais médicos discriminatórios e restrições do governo", lembrou em um post em rede social.

Desde a transição, Quinn usa os  pronomes neutros elu/delu e optou por não adotar um novo nome e hoje usa somente seu sobrenome como identificação. 

Veja fotos de Quinn:

As colegas de time sempre apoiaram as decisões de Quinn e falam em entrevistas que sua presença na equipe é fundamental. “Nós brincamos que não merecemos Quinn”, disse a capitã Christine Sinclair ao Canadian Press. “Elu é uma boa pessoa”.

Elu está à frente do projeto "See Them, Be Them" (em tradução livre, "Veja elus, Seja elus"), um programa que foi desenvolvido para ajudar a manter meninas e atletes de gêneros diversos, de 13 a 17 anos, engajades no futebol, dando-lhes acesso a um modelo verdadeiramente inspirador. Em entrevista ao site canadense Xtra, Quinn explicou que quer ser esse modelo de atleta profissional e trans.

"Espero poder compartilhar minhas próprias experiências e mostrar um caminho em que elus possam continuar nos esportes que amam, porque entendo que há muita pressão para meninas e atletes de gêneros diversos abandonarem o esporte. Espero que esta seja apenas outra maneira de as pessoas permanecerem no esporte [onde] possam se sentir inspiradas e conectadas."

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