As drag queens
surgiram nos guetos e boates voltadas apenas para o público LGBTQIAPN+,
depois invadiram as redes sociais com a popularização da internet, ganharam programas de televisão próprios e agora têm conquistado espaço até nos lugares antes vistos como eruditos. Das orquestras sinfônicas às clássicas óperas, a Sala São Paulo agora está dominada pela arte drag depois de uma sequência de batalhas de lipsync (dublagens) na segunda edição do DragSync, promovido pelo TikTok, que aconteceu na noite da última segunda-feira (17), no Centro de São Paulo.
O evento, que vai ser transmitido pela plataforma nesta quinta-feira pelo perfil @tiktokbrasil, tem oito finalistas que formam duplas para batalhar por um prêmio de R$ 20 mil, além de uma viagem com tudo pago com direito a acompanhante para Londres, no Reino Unido. A cada duelo, uma artista é eliminada pelo júri formado por Pabllo Vittar, também madrinha dessa edição, Lia Clark, primeira drag queen do funk brasileiro, Marcia Pantera, criadora do bate cabelo, Diego Martins, primeira vencedora do “Queen Stars Brasil”, e pela drag influenciadora Sheyla Christina.
Penelopy Jean é uma das apresentadoras do evento, ao lado de Loic Koutana, e traz ao evento toda sua experiência na arte drag. Com 14 anos de carreira, ela acredita que toda artista precisa ser apoiada pelas precursoras para que juntas possam chegar a lugares antes inimagináveis.
“É um orgulho estar aqui, mas sem esquecer de ícones como Márcia Pantera. Isso sim é um grande prazer! Ela é um dos maiores nomes da arte drag, que estava lutando e batalhando muito antes de nós e passou por coisas que nós não precisamos passar. Estou muito feliz e realizada de estar aqui. Fiquei muito feliz com o convite de ser a apresentadora, junto do Loic, e tenho certeza que vai ser uma noite muito especial”, diz.
Júlia Araújo, líder de marketing do TikTok na América Latina, explica ao iG Queer que, a princípio, a rede social foi convidada para ser a patrocinadora do evento, mas logo na primeira edição, em 2022, acharam tão interessante que resolveram abraçar a causa. Segundo ela, as ideologias da plataforma somavam perfeitamente com a democratização do espaço on-line e a expansão da arte drag.
“A gente tem milhares de cases de sucesso nesse assunto, já escutamos histórias emocionantes de pessoas que se redescobriram, se conectaram ou se sentiram mais confortáveis com quem são assistindo aos conteúdos do TikTok. Temos ali muito conteúdo autêntico, sem filtro, no qual você pode falar o que é. Esses creators e drags que estão hoje aqui são do Brasil inteiro, que não tiveram a oportunidade de mostrar sua arte e aqui têm um espaço para trazer isso ao mundo inteiro”, afirma.
Um exemplo de alguém que conquistou seu espaço na plataforma é a drag Shaniqua, vencedora da primeira edição do DragSync, no ano passado. Ela levou o prêmio máximo para casa e também entrou para o seleto time de influenciadoras que traz conteúdo para a plataforma.
“Ela também teve a oportunidade de viajar para Londres e, este ano, foi convidada a nos ajudar na divulgar da segunda edição. Essa é uma oportunidade única para alavancar a carreira de drag queens e dá uma visibilidade ainda maior para elas”, completa Júlia.
Pabllo Vittar faz uma apresentação especial no final das apresentações ao lado de Lia Clark, apresentando o single recém lançado “Sereia”, e explica que é muito importante dar apoio para as drag queens que estão iniciando na carreira.
“Quando vejo essas gatas começando, me vem na cabeça quando eu comecei, quase 10 anos atrás. É muito bom fomentar o trabalho dessas artistas que são tão incríveis. É importante mostrar que nós existimos e estamos sempre aqui”, pontua.
Além da vencedora, a segunda colocada também leva um prêmio de R$ 10 mil para casa e a terceira colocada ganha R$ 5 mil.
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