Veronyka Gimenes, travesti paulistana, programadora e fundadora da iniciativa Código Não Binário, criou versões drag queens e kings realistas de políticos conservadores conhecidos por defender pautas LGBTfóbicas, em forma de protesto à "ofensiva evangélica".
A programadora utilizou a inteligência artificial para criar - no que diz ser "só a primeira coletânea" - as imagens dos parlamentares quais Veronyka chamou de “bancada do glitter”. Neste primeiro grupo, a travesti criou as versões drags dos seguintes políticos:
Nikolas Ferreira (PL-MG)
Marco Feliciano (PL-SP)
Ana Campagnolo (PL-SC)
Marcos Rocha (União Brasil-RO)
Marta Costa (PSD-SP)
Eyder Brasil (PL-RO)
Mateus Wesp (PSDB-RS)
Fernando Máximo (União Brasil-RO)
Iolando Souza (PSC-DF)
Gilberto Nascimento (PSC-SP)
“Montamos alguns políticos conservadores como drags queens e kings com ajuda de IA para que eles possam se colocar em nosso lugar, em corpos LGBTQIA+. Quem sabe assim percebem a desumanização que cometem”, afirmou Veronyka.
“Como seria o Brasil se esses políticos compreendessem que o gênero é uma performance e que podemos todos brincar com ele? Com certeza isso poderia ajudar a sairmos da vergonhosa posição de ser um dos países mais violentos contra pessoas LGBTQIA+ . E não dá pra negar que todos elus ficam muito melhores montades né?”, ironizou a programadora.
Ela acrescentou informando que as imagens são uma “experiência lúdica” e que o jeito de se vestir, falar e se comportar no mundo, todos os dias, “também é uma performance de gênero”. “Drags sabem brincar com essas performances e fazem disso arte”, disse.
A programadora ainda afirmou esperar que a iniciativa dê visibilidade, provoque debates e traga mais pessoas para participar da disputa contra os avanços conservadores, “evitando a manipulação por meio do pânico moral e das fake news”.
“A rede de pessoas ligadas a 'bancada da bíblia' chama de 'ideologia' qualquer medida que chame atenção para o fato de que existe desigualdade e discriminação de gênero e contra pessoas dissidentes de gênero e sexualidade, as pessoas LGBTQIA. Mas eles não percebem que sustentar 'jeitos certos' de ser homem e mulher é pura ideologia também”, finaliza.
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