O cantor Adam Lambert ganhou fama mundial quando chegou em segundo lugar no reality show musical norte-americano "American Idol", em 2009. Além de sua voz e talento único, o artista sempre foi irreverente no seu visual e nunca escondeu fazer parte da comunidade LGBTQIAPN+, em um época em que a socieade era mais conservadora do que hoje em dia.
No último sábado (21), o músico recebeu um prêmio no evento "Creative Coalition Spotlight Initiative 2023" e aproveitou seu discurso para fazer uma reflexão sobre a homofobia que enfrentou no início da carreira.
"Quando fui para o teste [do 'American Idol'], pensei, 'cara, acho que eles não vão me aceitar. Eu sou o cara gay. Isso é um sonho'", disse o cantor, que estreará nos cinemas em 2023 pela primeira vez, no longa "Fairyland", ainda sem previsão de exibição no Brasil.
Durante o discurso, o cantor ainda refletiu sobre sua jornada no reality show que o trouxe à fama e sobre os comentários que a mídia fazia sobre sua sexualidade.
"Cheguei à final e não pude acreditar [...] Quando saí do show, assinei um contrato com uma gravadora. Lembro que na época saiu um artigo em uma revista que dizia: 'oh, esse cara é excitante, e isso pode ou não ser porque ele pode ser gay'. Minha reação foi: 'pode ser?!'", destacou o artista sobre o periódico não ter deixado claro que ele era uma pessoa queer.
Adam também afirmou no discurso que ao entrar na indústria fonográfica, percebeu que "não havia caras gays". Ele ainda disse que sentia que o ambiente "era meio que o Velho Oeste", quando se tratava da diversidade de sexualidade entre os artistas que faziam sucesso na época.
"Um ano depois, fiz uma apresentação na noite do lançamento do meu primeiro single, no "American Music Awards", e fiz do jeito que eu via as performances quando eu era adolescente. Eu fui sexy e tinha dançarinos no palco. Fiz alguns movimentos sugestivos com alguns deles, e dei um beijo improvisado no meu baixista", relembrou Adam, que contou que sua atitude lhe rendeu problemas com a emissora que exibia a premiação.
"'Como você se atreve?', eles me disseram. Fui banido por um tempo e, inclusive, eles me ameaçaram com um processo. Eu não sabia que era dessa forma. Eu estava em uma bolha em Los Angeles, entre artistas queer , e não sabia que esse tipo de coisa iria irritar as pessoas do jeito que aconteceu", desafabou o cantor no discurso.
A situação que poderia ter provocado uma inibição no artista, foi um gatilho para que ele se sentisse mais livre para demonstrar sua sexualidade por meio da arte. Lambert afirmou que sentiu que a melhor maneira de responder ao episódio era "ser tão gay quanto eu pudesse ser".
"Nos últimos anos, tenho encontrado cada vez mais jovens que me viam quando eram crianças na TV, e eles me dizem: 'você me ajudou a falar com meus pais sobre ser gay'", contou o cantor, que hoje em dia é o vocalista da lendária banda Queen, que já teve a liderança de outro ícone da comunidade LGBTQIANP+, Freddie Mercury.
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A comunidade LGBTQI+ está sob ataque há muito tempo
, e está sob ataque novamente. Há muita resistência conservadora e fazer arte que representa a experiência queer dá força e esperança à comunidade. Estou tão emocionado por ser um artista neste momento. Temos muitos desafios pela frente. Ainda não acabou. Ainda há trabalho a ser feito, mas estou muito orgulhoso do trabalho que foi feito até agora", finalizou o vocalista.
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