A Fifa permitirá a presença de bandeiras de arco-íris, que representam o movimento em defesa dos direitos LGBTQIA+, nas arquibancadas dos oito estádios da Copa do Mundo do Catar.
A organização da Copa do Mundo do Catar , que será disputada entre 20 de novembro e 18 de dezembro deste ano, avisou, nos últimos meses, que não toleraria bandeiras de arco-íris. Mas, com o novo posicionamento, houve mudanças.
“A Fifa dá as boas-vindas a todos em seus eventos, e as bandeiras do arco-íris foram e serão permitidas nos estádios para todas as partidas Fifa”, afirmou a entidade que comanda o futebol mundial.
Todavia, o posicionamento da Fifa diverge das palavras do major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari, presidente do Comitê Nacional de Contraterrorismo do Catar. Em abril, ele disse que o país do Oriente Médio receberá bem os homossexuais, mas não iria aceitar bandeiras que promovessem o movimento.
“Se um torcedor levantar uma bandeira de arco-íris e eu tirá-la de sua mão, não seria porque quero ou porque estou insultando-o. Será para protegê-lo”, afirmou Al Ansari, um dos principais responsáveis pela segurança da Copa do Mundo. “Porque se não fizer isso, alguém poderá atacá-lo. Não posso garantir o bom comportamento de todos. E vou dizer ao torcedor: ‘Por favor, não é necessário levantar a bandeira neste local’”.
Al Ansari disse, porém, não rejeitar integrantes da comunidade. No entanto, reafirmou a posição do país muçulmano, cujo código penal proíbe o casamento e relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, que podem ser punidas com até sete anos de prisão.
A forma como torcedores homossexuais serão tratados no Catar é alvo de preocupação por parte de entidades ligadas ao futebol e ao movimento nos últimos meses.
Segundo a Human Rights Watch (HRW) — organização internacional e não governamental que defende e fiscaliza a aplicação dos Direitos Humanos —, forças de segurança do Catar, sede da Copa do Mundo deste ano, prenderam e maltrataram pessoas LGBT no país recentemente. Devido ao evento esportivo, os olhos do mundo todo se voltaram para o Golfo Árabe, e muito se fala sobre as medidas extremamente conservadoras que colocam a comunidade LGBT em risco.
Segundo a agência de notícias Reuters, a organização não governamental disse que entrevistou seis pessoas LGBT do Catar, incluindo quatro mulheres trans, uma mulher bissexual e um homem gay que relataram que foram detidos entre 2019 e 2022 e submetidos a abusos verbais e físicos — que consistiam em chutes e socos.
Acompanhe o iG Queer também no Instagram! Siga o perfil geral do Portal iG no Telegram.