Apesar da organização da Copa do Mundo dizer que todos são bem-vindos, também alertou pessoas LGBT sobre demonstrações de afeto em público
Alexander Grey/Pexels
Apesar da organização da Copa do Mundo dizer que todos são bem-vindos, também alertou pessoas LGBT sobre demonstrações de afeto em público

Segundo a Human Rights Watch (HRW) – organização internacional e não-governamental que defende e fiscaliza a aplicação dos Direitos Humanos –, forças de segurança do  Catar, sede da Copa do Mundo deste ano, prenderam e maltrataram pessoas LGBT no país recentemente. Devido ao evento esportivo, os olhos do mundo todo se voltaram para o Golfo Árabe, e muito se fala sobre as medidas extremamente conservadoras que colocam a comunidade LGBT em risco. 

Segundo a agência de notícias Reuters, a organização não-governamental disse que entrevistou seis pessoas LGBT do Catar, incluindo quatro mulheres trans, uma mulher bissexual e um homem gay que relataram que foram detidos entre 2019 e 2022 e  submetidos a abusos verbais e físicos – que consistiam em chutes e socos.

“Todos os seis disseram que a polícia os forçou a assinar promessas indicando que iriam ‘cessar a atividade imoral’”, explicou a HRW, que relatou ainda que as mulheres trans foram obrigadas a participar de  sessões de “terapia de conversão” em uma clínica patrocinada pelo governo. 

No território, a homossexualidade é considerada ilegal. A principal preocupação, além da vida dos integrantes da comunidade, é com as mulheres em geral, que também são bastante discriminadas. Uma autoridade do Catar disse em comunicado que as alegações da HRW “contêm informações que são categoricamente e inequivocamente falsas”, mas não especificou quais informações específicas estão erradas. 

Os organizadores da Copa do Mundo, que começa dia 20 de novembro, dizem que todos, independentemente da orientação sexual e identidade de gênero, são bem-vindos, mas também alertam que é melhor evitar demonstrações públicas de afeto. Por meio de um comunicado, a HRW disse: “A liberdade de expressão e a não discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero devem ser garantidas, permanentemente, para todos os residentes do Catar, não apenas para os espectadores que vão ao Catar para a Copa do Mundo”.

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