O Museu Judaico de São Paulo vai homenagear a ativista Rosely Roth , ícone do ativismo lésbico no Brasil. O evento “Em memória de Rosely Roth: Lesbianidade e Resistência” ocorre no dia 19 de agosto, data em que se comemora o Dia do Orgulho Lésbico.
A ação é uma parceria entre o Gaavah, coletivo LGBTQIAP+ do Instituto Brasil-Israel, o Museu Judaico de São Paulo, o Cine Sapatão e o Arquivo Lésbico Brasileiro. A programação conta a participação das ativistas lésbicas Neuza Aparecida do Nascimento, Mara Minassian e Bárbara Esmenia.
Antes de começar o evento, acontece a exibição de um vídeo mostrando alguns documentos e passagens da vida da Rosely antes de entrar para a militância. Às 19h, ocorre a apresentação sobre a ativista e a leitura das cartas escritas por Rosely para Ivy, que foi sua amiga de infância até a fase adulta. Por fim, o ato político na escadaria da entrada do museu, de frente para o Ferro’s Bar, encerrando às 20h30.
Quem foi Rosely Roth?
Judia, Rosely Roth (1959-1990) foi uma militante lésbica feminista, com papel fundamental na origem da organização do
movimento LGBTQIA+ no Brasil
, quando o país passava pela transição democrática, após a
ditadura militar.
No mesmo dia 19 de agosto, em 1983, a ativista foi uma das principais articuladoras do levante do Ferro’s Bar, conhecido como “nosso pequeno Stonewall” – este é o motivo para que a data seja conhecida como Dia do Orgulho Lésbico.
"Esse evento é importante porque estamos fazendo o resgate da memória de uma pessoa que teve um papel único na história recente desse país, embora seja pouco conhecida. Ela é uma figura muito especial, que desperta paixão e admiração. Seu carisma atravessou a geração, apesar de sua morte precoce”, afirma Daniela Wainer, do Gaavah, coletivo LGBTQIA+ do Instituto Brasil-Israel.
Rosely integrava o coletivo GALF (Grupo de Ação Lésbica Feminista) e foi a primeira lésbica a falar abertamente sobre sexualidade e identidade na televisão, em 1985, no programa da apresentadora Hebe Camargo.
“Muitas pessoas acham que mulheres lésbicas não são mulheres. Eu sou (lésbica) e me sinto mulher, acham que é um terceiro sexo, uma marciana. Acho isso importante, porque quando a gente pensa que se é mulher, coloca-se um estilo de vida lésbico para qualquer mulher”, disse Rosely na ocasião, quando também respondeu comentários preconceituosos.
“Estamos tentando aliviar as mulheres da culpa e da vergonha. A repressão que a gente sofre, o policiamento, que faz mal”, declarou.
Fernanda Elias, membra do Cine Sapatão, exaltou a coragem da ativista no programa e em toda a trajetória pela visibilidade lésbica.
“Rosely Roth teve a coragem de ir ao programa da Hebe Camargo para debater o tema da lesbianidade quando o tabu obrigava muitas mulheres a se esconderem até de si mesmas, colaborou na articulação de diferentes pessoas e grupos que resultou em uma proposta de artigo, apresentado à Constituinte de 1987, pela livre expressão da sexualidade”, disse.
Nesta data, quando se comemoram 39 anos do levante, o Museu Judaico de São Paulo, localizado em frente ao antigo Ferro’s, se une ao Gaavah, CineSapatão e Arquivo Lésbico Brasileiro para convidar a todos para uma homenagem a esta importante ativista: “Em memória de Rosely Roth: lesbianidade e resistência”.
Serviço
Evento: “Em memória de Rosely Roth: lesbianidade e resistência”
Local: Museu Judaico de São Paulo, Rua Martinho Prado, 128 - Bela Vista, São Paulo
Data: 19 de agosto
Horários:
18:30 - Exibição de Documentos
19:00 - Apresentação sobre a ativista Rosely Roth
20:00 - Leitura das Cartas
20:15 - Ato na Escadaria
20:30 - Encerramento
O evento é gratuito, porém é necessário tirar o ingresso na plataforma Sympla.
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