A História do mundo sublimou os feitos de várias mulheres importantes e registrou nos livros o que o homem conquistou. Quando buscamos os feitos e triunfos de mulheres assumidamente lésbicas, bissexuais ou transexuais, é quase impossível elencar 10 delas com muitas precisão.
Para corrigir este erro da sociedade, o iG Queer conta as vitórias e um pouco da vida de 10 mulheres que fizeram a diferença em diversos setores, inclusive aquelas que levantaram a bandeira LGBTQIA+ (quando essa sigla nem pensava em nascer) em plenos século 18.
1. Rosely Roth (1959 - 1990):
A brasileira Rosely Roth foi uma ativista pelos direitos das lésbicas e da comunidade LGBTQIA+. Considerada uma das pioneiras da história do movimento homossexual no Brasil, produziu a primeira revista direcionada ao público lésbico no país, o “Chanacomchana” (1981-1987). A revista foi proibida, considerada um atentado aos bons costumes. No dia 19 de agosto de 1983, Rosely liderou o protesto que ficou conhecido como Stonewall Lésbico Brasileiro , no bar Ferro's Bar, em São Paulo. O Dia Nacional do Orgulho Lésbico foi criado em homenagem a esse episódio.
2. Gladys Bentley (1907–1960):
A norte-americana Gladys Bentley foi pianista e cantora de blues na década de 1930. Abertamente lésbica nos seus primeiros anos de carreira, ela foi uma das primeiras drag kings e performava nos palcos em Nova York. Usando um smoking e cartola, ela cantava suas próprias letras atrevidas de músicas populares. Com uma voz sexy e grave, era conhecida por flertar e cantar para as mulheres durante as apresentações.
3. Ruth Ellis (1899–2000):
Filha de pais que nasceram nos últimos anos de escravidão nos Estados Unidos, Ruth Ellis, que morreu aos 100 anos de idade, declarou-se lésbica aos 16. Ela se formou no Ensino Médio, em uma época em que menos de sete por cento dos afro-americanos conseguiam o diploma e abriu uma gráfica bem-sucedida. Ela conheceu sua parceira de 30 anos, Ceciline, na década de 1930, e a casa delas em Detroit se tornou um refúgio para gays e lésbicas negros. No ano que Ruth comemorou seu 100° aniversário, foi aberto o Ruth Ellis Center, um centro de acolhimento LGBTQIA+.
4. Cha-U-Kao:
Cha-U-Kao foi uma artista francesa que se apresentou no Moulin Rouge, em Paris, na década de 1890, mas pouco se sabe sobre sua vida, incluindo seu nome verdadeiro. A artista, era um dos temas preferidos de Henri Toulouse-Lautrec, que pintou diversas cenas mostrando Cha-U-Kao com suas amantes. Segundo dizem, o pintor era fascinado por ela, por conta das suas performances como palhaço, uma profissão vista como masculina na época, e por ser abertamente lésbica.
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5. Roberta Cowell (1918-2011):
Roberta Cowell pilotou aviões de caças na Segunda Guerra Mundial e carros de corrida no Gran Pix. Mulher trans, ela foi a primeira britânica conhecida a se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual em 1951. Depois do procedimento, ela foi proibida de competir no Gran Prix, mas continuou em outras corridas de automobilismo.
6. Mercedes de Acosta (1893–1968):
Mercedes de Acosta foi uma poeta e novelista, de sangue cubano e espanhol, conhecida por seus muitos casos lésbicos com artistas de Hollywood e dançarinas famosas, como a bailarina russa Tamara Karsavina. Seu caso mais conhecido foi com a atriz Greta Garbo, no qual trocaram quase 200 cartas, apenas 87 disponibilizadas atualmente ao público.
7. Nancy Cárdenas (1934-1994):
Nancy Cárdenas foi diretora, poetisa, escritora e feminista mexicana. Foi a primeira mulher lésbica no país a se declarar homossexual publicamente, em TV aberta. A maioria dos seus trabalhos giravam em torno de sua identidade lésbica e temas LGBTQIA+. Ativista pelos direitos da comunidade, ela fundou a primeira organização gay no México, a Frente de Libertação Homossexual Mexicana e e liderou a primeira marcha do Orgulho Gay, em 1978.
8. Audre Lorde (1934–92):
Audre Lorde foi uma escritora norte-americana, poeta, ativista dos direitos civis e lésbica. Ela trabalhou para confrontar os problemas de racismo durante o movimento feminista. Entrou em discussões com feministas brancas notáveis da época, o que fez com que ela ganhasse fama de forasteira ao movimento. Seus poemas lidam com questões relacionadas ao feminismo, lesbianismo e a exploração da identidade feminina negra.
9. Jane Addams (1860–1935):
Jane Addams foi uma das líderes do movimento sufragista dos EUA. Ela se relacionou com diversas mulheres ao longo da vida e morou muitos anos com Mary Rozet Smith. Juntas fundaram a Hull House, uma casa de abrigo e atividades sociais em Chicago, em 1889. Jane ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1931, em reconhecimento ao seu trabalho social no país.
10. As senhoras de Llangollen :
As senhoras de Llangollen foram um casal de duas aristocratas irlandesas, chamadas Eleanor Butler ( 1739-1829) e Sarah Ponsonby (1755-1831), que fugiram para morar juntas. O relacionamento das duas escandalizou a sociedade na época. Em vez de enfrentar a possibilidade de serem forçados a casamentos indesejados, se mudaram para o País de Gales e eram conhecidas por ter uma vida bastante tranquila, em estudo acadêmico e jardinagem. A fama do casal lésbico se espalhou rapidamente e recebiam visitas de escritores como Lord Byron e até do príncipe Hermann von Pückler-Muskau.