Johnny Massaro manteve sua vida particular longe dos holofotes e redirecionava a atenção do público e da imprensa para a carreira artística, com trabalhos marcantes para a televisão e o cinema. Mas o cenário mudou quando ele encontrou uma pessoa especial para dividir a vida e fez questão de compartilhar que está namorando com João Pedro Accioly , que é advogado e professor de direito constitucional.
O ator, que recentemente interpretou o playboy Giotto em "Verdades Secretas 2", já conhecia João Pedro desde a infância e voltaram a "se esbarrar" na vida adulta. Ele conta em entrevista exclusiva ao iG Queer que decidiu falar abertamente sobre essa relação porque queria ser mais honesto e que não haviam motivos para esconder a felicidade que tem sentido.
"Chega a um ponto que a gente pensa 'por que não tomar essa atitude?'. Ao mesmo tempo, é claro que é também uma questão de encontrar uma pessoa e de momento. É muito libertador e mais honesto simplesmente poder viver os afetos, não os esconder. Mas é claro que cada um tem sua história. No final das contas, estamos mesmo falando é de orgulho e respeito pelo o que se é", declara.
Em um passado não muito distante, muitos atores e atrizes LGBTQIA+ preferiam esconder as respectivas orientações sexuais para não "macular" a imagem como artista. Essa diretriz, inclusive, era passada por alguns diretores de TV para que, principalmente os homens, mantivessem o status de galãs de novelas. Claro que esse fardo era bem pesado para eles, mas Johnny acredita que esse cenário tenha mudado hoje em dia.
"Sinto que os tempos são outros e, como pessoa e artista, quero ser coerente com meu presente, respeitando o passado, e construindo um futuro melhor."
Na carreira artística, o artista está lançando o filme "Os Primeiros Soldados", do diretor Rodrigo de Oliveira, no qual interpreta o biólogo Suzano, que é gay, e descobre que está infectado com o vírus HIV
em plena década de 1980, quando ainda nem existiam muitas informações sobre a Aids. Naquela época, inclusive, a doença era conhecida como "câncer gay" e esse preconceito se perpetua ainda hoje na comunidade LGBTQIA+.
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"Certos acontecimentos são definidores na história da Humanidade. A Aids é um deles. Na década de 1980, por desconhecimento, mas também por um ódio secular, a doença foi associada à homossexualidade. E de fato, grandes ícones gays morreram por conta do vírus, entre tantos, cito o Cazuza e o Freddie Mercury", reforça o ator.
Como um homem gay, Johnny também se sente alvejado por este preconceito de alguma forma, mas salienta que os estudos mais recentes comprovam que, em 2022, a maioria dos infectados são pessoas heterossexuais e cisgêneras.
"É claro que sendo um homem gay, levo isso de alguma forma. Mas hoje todos sabem que a doença não é exclusiva de ninguém. Mais valioso é encarar como uma questão de educação sexual e saúde pública."
O longa "Os Primeiros Soldados" ainda não tem previsão de chegar às salas de cinema, mas tem percorrido vários circuitos e festivais pelo mundo afora. Em janeiro deste ano, o diretor foi reconhecido com o Prêmio Carlos Reichenbach no 25º Festival de Tiradentes pelo longa-metragem.
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