Legisladores senegaleses elaboram projeto de lei assustador para pessoas LGBTIAP+ e aliados, aumentando o potencial de penas de prisão para os condenados por atos do mesmo sexo. A pena já é de até cinco anos de reclusão por “atos contra a natureza” - mas os legisladores esperam estender por uma década, conforme o anúncio feito segunda-feira (13 de dezembro).
Em paralelo com Gana, os legisladores de Senegal ainda querem fazer da simples defesa de LGBTIAP+ um crime passível de punição, 76 Crimes relatou. Pessoas que escrevem, falam ou financiam qualquer forma de defesa dos direitos queer podem pegar de três a cinco anos de prisão e uma multa de CFA 500.000 a cinco milhões.
As propostas do PL também podem colocam um alvo nas costas das pessoas intersex. Os legisladores querem criminalizar a intersexualidade com até 10 anos de prisão. Os defensores do projeto consideram 'grosseiro' ser intersexo - pessoas nascidas com características sexuais que não se encaixam no binário típico - como "adepto de todas as orgias sexuais imagináveis".
De acordo com o documento, as propostas buscam preencher as lacunas aparentes nas leis do país, comparando a comunidade LGBTIAP+ a "bestialidade, necrofilia e outras práticas relacionadas".
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Ativistas de base dizem que a lei está na calha há dois anos, alimentada pelo coletivo de lobby anti-LGBT + Ànd Sàmm Djikko Yi. Embora não esteja claro se o projeto conseguiria algum apoio, os ativistas locais chegaram com uma mistura inquietante de horror e falta de surpresa ao esforço para dobrar o tempo de prisão para pessoas LGBT +.
“Quando as liberdades individuais, em particular a mais sagrada - privacidade entre adultos que consentem - são atacadas, então sobra pouco tempo para perceber que a democracia está em perigo”, disse o ativista queer Djamil Bangoura ao noticiário.