Participantes do Mister Trans Brasil se encontraram com padre Júlio Lancelotti na Casa Florescer
Tomás Araújo / Mister Trans Brasil
Participantes do Mister Trans Brasil se encontraram com padre Júlio Lancelotti na Casa Florescer


Nesta terça-feira (9) acontece em São Paulo a final da primeira edição do concurso Mister Brasil Trans , que vai eleger o homem trans mais bonito do Brasil. São levados em consideração tanto beleza como engajamento em causas sociais.

A final será às 19h30 no Teatro Santo Agostinho e, para entrar, basta levar 2 kg de alimento não perecível. Desde o último sábado, 30 participantes de todo Brasil estão em São Paulo participando de provas classificatórias, envolvendo conhecimento em movimento trans, fotogenia, atividades esportivas e postura em passarela. Entre as atividades, os participantes conheceram a Casa Florescer e a Avenida Paulista; além de terem encontrado com o padre Júlio Lancelotti.


A intenção do evento é dar oportunidade para pessoas transmasculinas para que se ampliem os caminhos delas e para que os padrões da indústria sejam subvertidos. “Incentivar outros corpos como o meu a se sentirem confortáveis nos espaços, poder mostrar que nossos corpos pretos, gordos e periféricos também são bonitos foi o que me motivou a participar do Mister Brasil Trans”, afirmou Nathan Santos, candidato de Niterói (RJ).

Já Felipe Behrends, que representa o Pantanal, afirmou que o concurso é ua chance de mostrar quem se é para o país. "A gente não tem visibilidade de homens trans no Brasil. Por isso, é também um ato político. O que eu quero, ao participar deste concurso, é sensibilizar as pessoas para uma realidade que elas não conhecem e, quem sabe, ajudar a minimizar o preconceito”, declarou.

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A vista à Casa Florescer apresentou os participante às travestis que são acolhidas no local e foi palco de uma disputa de queimada. Também foi onde aconteceu o encontro com o padre Júlio, que deixou uma mensagem sobre diversidade. Os candidatos são pertencentes a diversas crenças, mas todos se comoveram. É o caso de Murilo Alves, de Juiz de Fora, Minas Gerais. “Eu sou uma pessoa de fé. Fiquei muito emocionado quando ele falou que não temos nada de errado e não devemos ser excluídos. Eu me senti muito acolhido. Ele é uma pessoa muito acolhedora e necessária”, disse.

Já Behrends é ateu e foi às lágrimas. “Moro em uma cidade pequena, conservadora, com uma quantidade muito grande de bolsonaristas. Estar em um ambiente com uma representante cristão que prega de fato o amor, o estender as mãos para os menos favorecidos, foi uma experiência maravilhosa. O padre compartilhou uma visão de Jesus Cristo que é a visão que eu também tenho, a de um socialista. Eu fiquei muito emocionado”.

O passeio à Avenida Paulista, que aconteceu no domingo, também foi considerada uma programação importante no concurso. Esse foi o dia em que provas de fotografia e desfile foram feitas. Foi lá que Esteban Mábilis percebeu a diversidade das pessoas transmasculinas.

“Ser um homem trans na direção cultural do Mister Brasil Trans é algo gigante. Eu sou da periferia de Salvador e estou em um evento de alcance nacional. É de uma felicidade indescritível. A cada relato pessoal de cada candidato, a gente percebe ainda mais como somos plurais”.

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