Não é mais novidade que as pessoas com cabelos crespos e cacheados estão cada vez mais preocupados com a aparência, e a cada dia que passa deixam de lado o básico e buscam novidades na área da beleza com os tratamentos capilares, cortes e penteados.
Todavia, muitos ainda pensam que cuidar dos cabelos cacheados ou crespos não é uma tarefa fácil, por isso preferem cortar bem curto, raspar, trançar e até alisar. Mas, segundo o hair stylist Juninho Loes, para ter um cabelo saudável e estiloso, basta apostar nos cronogramas capilares mapeando as hidratações, nutrições e reconstruções para auxiliar nos cuidados em casa.
“Com os discursos do uso do cabelo natural, estamos avançando em várias categorias na liberdade de pertencermos à pluralidade e diversidades de pessoas crespas e cacheadas”.
No seu salão, os looks mais utilizados entres homens e mulheres crespas e cacheadas são os black powers, undercut, undercut bun, afro puff, corte americano black e o sidecut, e ele recomenda por serem cortes sem gênero: todos podem fazer.
Os black powers são os cabelos mais conhecidos entre os crespos e cacheados e já têm adeptos desde os anos 1960. O undercut e o undecut bun se diferenciam, pois um possibilita que o cabelo seja amarrado devido a seu comprimento e o outro não, mas ambos deixam a nuca e as laterais mais curtas, mantendo em destaque a parte superior, assim como o corte americano black.
Diferentemente do undercut, o sidecut deixa apenas um dos lados raspados, já o afro puff é um penteado que deixa o cabelo crespo e cacheado bastante volumoso amarrado para cima.
Entre outras indicações, há também os cortes em camadas, o low fade, e entre outras técnicas de cortes que têm como finalização o nudreads, que são “cachinhos” falsos que podem ser feitos em cabelos crespos com uma esponja específica — nesse caso, ele é mais usado entre os homens, mas nada impede que as mulheres também façam.
Juninho enfatiza que, no caso dos homens, o medo de inovar nos cortes e penteados é mais evidente, visto que as mulheres são mais incentivadas a mudarem seus cabelos, mas para ele, à medida que os movimentos sociais vão quebrando as estruturas desse país, os homens se sentem pertencentes também desse lugar de acessar a própria beleza.
“É na quebra do racismo estrutural que os homens também deixam de ser carecas e conhecem o seu próprio cabelo, usando das habilidades, técnicas e tecnologias para se sentirem bonitos e ressignificar suas formas de autocuidado e vaidade”, diz Juninho.
Ele ainda completa dizendo que a comunidade crespa e cacheada passou muito tempo sem se sentir pertencente na pauta da beleza, e o crescimento da comunidade não binária na sociedade “reforça a leveza de podermos construir a nossa própria identidade a partir das nossas características miscigenadas e a liberdade de sermos quem quisermos ser”.
Cuidados capilares
Juninho, que também é palestrante e educador capilar, adiciona que escolher o produto certo é muito importante. Na lavagem, por exemplo, é recomendado utilizar um shampoo com pH entre 5 e 6, os condicionadores e máscaras com pH entre 4 e 4,5 para não criar exposição nas camadas cuticulares e manter os fios saudáveis a curto, médio e longo prazo.
O cronograma capilar semanal para os cabelos ondulados deve ser composto por três higienizações e, pelo menos, um tratamento. No caso dos cacheados de duas a três higienizações e os crespos, de uma a duas, e todos devem manter apenas um tratamento por semana.
Entre as opções de tratamentos, a hidratação e a umectação são as mais eficazes. A hidratação é responsável pela reposição de água nos fios, já a umectação é indicada para os cabelos mais ressecados, dos crespos aos cacheados, pois atua na devolução dos óleos essenciais à fibra capilar.
Além dos cuidados com o cabelo, o estilo conta muito e está super em alta com as finalizações, cortes e penteados. Assim como os cortes certificam as finalizações, as finalizações assinam os designs dos cortes, como a fitagem e a técnica da esponja.
“Os cronogramas capilares nos auxiliam nessa manutenção de tratamentos semanais, e é aconselhável cortes de 15 em 15 dias para os mais curtos e semestral para o black power”, conclui o especialista.
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