A cantora, compositora e drag queen Lia Clark abriu o coração para falar sobre a experiência transformadora que teve através da arte drag, e a liberdade que ela encontrou ao se expressar artisticamente.
Para a artista, se montar e subir ao palco é sinônimo de força e, a cada dia mais, vem se descobrindo dentro desse movimento. Segundo Lia, hoje ela já não consegue mais se ver realizando shows sem que esteja montada.
"A arte drag entrou na minha vida de um jeito que eu não imaginava que gostava tanto disso", conta a artista, que traçou um paralelo entre sua infância e sua identificação com essa expressão artística.
A cantora revela que sempre teve um lado feminino em seu interior, mas a repressão e o
preconceito
que enfrentou a fizeram se esconder. "Eu sempre tive esse lado feminino dentro de mim, sempre fui aquela ‘criança viada’, que as pessoas olhavam e falavam: 'é gay'. E eu sempre fui muito reprimido pela sociedade na escola, na rua e isso sempre foi fazendo eu ir me escondendo de alguma forma", afirma.
No entanto, desde que conheceu a arte drag, Lia afirma que encontrou uma maneira de se libertar. "Quando a arte drag chegou para mim, foi o momento que eu pensei: 'Agora eu posso colocar para fora, posso ser quem sou e me sentir livre'. Então, desde a primeira vez que eu me montei, sabia que se eu fosse fazer algum tipo de arte, a drag tinha que estar envolvida", diz.
Montação
Lia conta que passa por um grande processo de transformação para se expressar em cada show. Enquanto normalmente leva cerca de duas horas para estar preparada para subir aos palcos, em eventos especiais, como o "The Town" ou a gravação de videoclipes, esse tempo pode se estender por até quatro horas.
Para a artista, essa dedicação é uma parte essencial de seu trabalho e uma expressão de sua verdadeira identidade. Apesar de todo o esforço, a cantora revela se sentir muito realizada por poder inspirar por meio da arte drag.
"Estamos conseguindo ocupar muitos lugares e eu fico muito feliz pelo fato de entender que uma nova geração pode vir muito mais acreditada em si e no que pode vir a fazer, por causa de nós".
"Eu fico ansiosa para ver a próxima geração, porque se a gente que já não tinha tanta inspiração, já estamos aqui fazendo tanta coisa, imagina as próximas pessoas", finaliza.
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