Morotó, jogador do time capixaba Rio Branco, afirmou que ao dizer a fala LGBTfóbica estava apenas reproduzindo a 'a palavra de Deus'
Reprodução/Instagram 08.08.2023
Morotó, jogador do time capixaba Rio Branco, afirmou que ao dizer a fala LGBTfóbica estava apenas reproduzindo a 'a palavra de Deus'

O jogador de futebol Sidevaldo Pereira dos Santos, conhecido como Morotó, foi demitido do clube em que jogava, o Rio Branco, do Espírito Santo, após afirmar que a jogadora Marta e sua namorada, Carrie Lawrence , irão “queimar no fogo do inferno” por viverem uma relação homoafetiva.

O atleta afirmou que a declaração não foi homofóbica, e que ele reproduziu “a palavra de Deus”.

“É uma pena que elas vão queimar no fogo do inferno. Será que elas conhecem a palavra de Deus? Eu sinto muito em dizer isso, mas todas elas vão para o fogo do inferno. Sinto muito, mas isso não são palavras minhas, são palavras do Senhor Todo-Poderoso, todas elas vão para o inferno”, disse o ex-jogador nas redes sociais.

O comentário ocorreu após a eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol Feminino , que ocorre na Nova Zelândia e na Austrália. Marta recebeu apoio de sua namorada após a partida perdedora contra o time da Jamaica. Em resposta, o clube Rio Branco soltou uma nota de repúdio condenando a atitude de Morotó, informando também o afastamento do atleta.

Confira a nota:

“O Rio Branco Atlético Clube repudia veementemente as declarações particulares feitas de forma exclusivamente pelo atleta Morotó, e ressalta que não compactua com falas e ações homofóbicas. Somos um clube que há 110 anos luta contra todo o tipo de preconceito.

Temos por princípios a defesa da diversidade e da igualdade. O futebol precisa ser ambiente de acolhimento e respeito, por isso sempre reforçamos nosso posicionamento contra todas as manifestações intolerantes.

Entendemos que o futebol vai muito além das quatro linhas, pois tem o poder de mobilizar as pessoas e transformar vidas, sendo instrumento para fomentar a conscientização sobre os destrutivos impactos da discriminação.O clube vem estruturando internamente o Núcleo Capa-preta Antidiscriminação (Nucad), que visa criar estratégias e ações para engajar o clube e sua torcida em questões importantes na sociedade brasileira, como a luta contra o preconceito, promovendo transformações sociais por meio do futebol.

O clube comunica o afastamento da atleta e, junto ao seu Departamento Jurídico, está analisando a situação de forma emergencial para tomada de demais ações. Deixamos também nosso respeito à Marta, maior atleta de futebol feminino de todos os tempos.”

Morotó voltou às redes sociais para reforçar seu discurso, após o comunicado do afastamento.

“Muitos achavam que eu viria aqui chorar e pedir desculpas, mas eu falei a palavra do Senhor… Quero aqui agradecer ao Rio Branco, porque o clube é maior que o Morotó, mas não é maior que Cristo Jesus… Não estou nem aí para o que vão pensar, se é LGBT ou sei lá. Estou tranquilo e vou continuar falando do Evangelho”, afirmou o jogador.


Agora você pode acompanhar o  iG Queer também no Instagram!

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!