Tiago Abravanel
tem uma longa carreira como ator, seja nos palcos ou na televisão, e, há três anos, tomou a decisão de falar publicamente sobre sua sexualidade e que é casado com o produtor visual Fernando Poli
. A decisão foi pensada minuciosamente pelo casal que calculou as consequências que essa notícia poderia impactar principalmente na vida profissional do ator.
Em entrevista exclusiva ao iG Queer durante a Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo, neste domingo (11), Tiago comenta que pensar na representatividade que seu relacionamento traria foi o motivo que deu mais força para seguir em frente.
“Na época, a gente tinha cinco anos de relacionamento, hoje temos oito, então começamos a entender a força que isso tem, não só por nós dois, mas pelas pessoas que nos enxergam e pela vida, mesmo. Foi um peso que tiramos das costas. Hoje não penso sobre se devo ou não falar sobre determinado assunto, não importa mais”, esclarece.
O ator também entende que não deve renegar sua própria identidade sexual em prol de um mercado que, muitas vezes, é homofóbico. Apesar do pensamento positivista de agora, Tiago confessa que demorou um tempo para entender este cenário.
“Se eu for perder um trabalho por ter abordado esse tipo de assunto, isso significa que não era para mim. Só que, para eu entender tudo isso, demorou um tempo. Eu acredito que tudo tenha sua hora, mas fico triste que esse movimento tenha demorado tanto tempo para vir. Agora ele está mais potente e mais forte.”
Outro momento importante da vida do artista foi sua participação na 22ª edição do “Big Brother Brasil”, quando as pessoas puderam conhecer não apenas o ator e neto de Silvio Santos, mas descobriram todas as qualidades dele.
“Lá o público pôde ter um Tiago da vida normal. Pude responder ao questionamento sobre ‘quem é esse cara?’. Foi muito legal essa experiência. As pessoas puderam conhecer o meu lado pessoal, a minha leveza, meu jeito amigo de ser e acho que isso ajudou as pessoas a se aproximarem de mim, o que me deixou muito feliz”, declara.
Já sobre a importância de marcar presença na 27ª Parada, ele diz que, antes do governo de Jair Bolsonaro, o brasileiro não se importava com questões políticas e a falta de políticas públicas voltadas para os LGBTQIA+ ajudou a comunidade a ficar mais atenta a estas questões.
“O que aconteceu nesses anos sombrios que passamos nos últimos tempos fez com que a gente começasse a prestar atenção sobre esse lugar das políticas públicas. Hoje, poder fazer a maior Parada do mundo e falar sobre isso nos traz a consciência de que maneira as políticas públicas podem fazer com que a gente se agregue, aprenda e evolua, não só no nosso dia ou não só pela nossa comunidade, mas pela sociedade como um todo.”
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