Bruna Brasil tinha 34 anos
Arquivo pessoal
Bruna Brasil tinha 34 anos

Uma travesti foi encontrada morta por populares na manhã do último sábado (15), no bairro Jardim Europa, em Porto Franco, cidade da região sul do estado do Maranhão.

Bruna Brasil foi achada com ferimentos no corpo, provocados por objetos contundentes e cortantes. O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML) no início da tarde de sábado e o caso é investigado pela Polícia Civil.

A Delegacia Regional de Imperatriz, que investiga os casos ocorridos em Porto Franco, informou por meio de nota que "uma equipe especializada está cuidando do caso com prioridade".

O jornalista Rodrigo Freitas, amigo de Bruna, afirmou ao iG Queer que a travesti não mandou mensagem de socorro para ninguém e que, inclusive, estava sem o celular no momento do assassinato.

"O celular dela tinha dado problema, então ela já estava sem o aparelho há alguns dias", afirmou o amigo. Segundo o jornalista, a travesti de 34 anos trabalhava com prostituição e sites de conteúdo adulto. Ela morava há pouco tempo em Porto Franco.

"Ela foi convidada por uma amiga para ficar em Porto Franco por alguns dias, estava conseguindo fazer uma grana, e acabou ficando", conta Freitas, que ainda relembra que outra pessoa LGBT morreu no município em 2021.

"O caso não foi de assassinato, mas sim de negligência dos serviços de segurança" , explica o jornalista. "Um jovem LGBT, em um surto psicótico, se despiu de suas roupas, caminhou por cerca de 3 km e se atirou no rio Tocantins. Ninguém na cidade fez nada, [as pessoas] apenas filmaram. A Polícia Rodoviária Federal conseguiu escoltá-lo, mas não tomaram a atitude de impedi-lo de cometer o ato".

Segundo Freitas, o corpo de Luís Carlos Sousa de Almeida, de 19 anos, foi encontrado no dia seguinte ao suícidio, no dia 5 de junho. No dia 11 de junho, a população LGBT+ da cidade realizou uma  manifestação em homenagem a Luís.






Sobre Bruna, Rodrigo lembra a memória da amiga e conta que ela era uma pessoa "muito alegre, divertida, feliz e bonita".

"Ela estava sempre tentando sobreviver na condição em que ela existia. Eu sempre vi nela, essa tentativa de sobrevivência. Ser uma travesti é extremamente complicado, ainda mais ela que saiu de casa cedo e que viveu por vários lugares. Ela tinha muito esse instinto de sobrevivência, fazer o 'corre' dela, ver o que era possível", finaliza.


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