Jovens lésbicas, gays e bissexuais têm uma incidência maior de distúrbios do sono do que os heterossexuais, de acordo com o estudo “Sexual Orientation Disparities in Early Adolescent Sleep: Findings from the Adolescent Brain Cognitive Development Study” (Disparidades de Orientação Sexual no Sono na Primeira Infância: Descobertas do Estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente, em tradução), publicado na revista LGBT Health.
O estudo aponta que 35,1% dos jovens LGB de 10 a 14 anos disseram ter dificuldade em adormecer ou permanecer dormindo nas duas semanas anteriores a pesquisa. O número de pessoas heterossexuais nessa faixa etária na mesma situação foi de 13,5%.
Os prováveis motivos da falta de sono entre os jovens LGB são a discriminação e bullying na escola , assim como falta de apoio familiar, segundo o principal autor da pesquisa, Jason M. Nagata, que também é professor de pediatria da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA).
“Este é um período tão volátil, tanto física quanto mentalmente”, disse o pesquisador à NBC News. “Os adolescentes são particularmente vulneráveis às opiniões de seus colegas, por isso é um grupo de alto risco para problemas de saúde mental e suicídio ”. Este parece ser o primeiro estudo sobre problemas de sono entre jovens LGB, segundo Jason.
Os pesquisadores analisaram as informações que cobrem o período 2018-2020 do Estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente, que se autodenomina “o maior estudo de longo prazo sobre o desenvolvimento do cérebro e a saúde infantil nos Estados Unidos”.
Uso excessivo de dispositivos eletrônicos
O tempo que os jovens passam em seus computadores e telefones celulares também contribui para a falta de sona, já que pode causar super estimulação o que contribui para distúrbios do sono, segundo Nagata.
O pesquisador estava envolvido em um estudo separado que descobriu que jovens queer usam dispositivos eletrônicos cerca de quatro horas a mais por dia, em média, do que adolescentes heterossexuais.
Ele recomendou limitar o tempo de tela, criar um espaço confortável para dormir e manter um horário de sono consistente. O apoio dos pais também é fundamental.
“O desenvolvimento adolescente é um momento desafiador para muitos, devido às pressões sociais e às mudanças físicas, psicológicas e emocionais que ocorrem”, afirmou o coautor da pesquisa, Kyle T. Ganson, professor da Faculdade de Serviço Social Factor-Inwentash da Universidade de Toronto (Canadá).
“Entender esse processo e estar presente para apoiá-lo é crucial para resultados de saúde positivos”.
Caso você esteja tendo pensamentos suícidas, procure ajuda médica. Caso não seja possível em um primeiro momento, entre em contato com o CVV – Centro de Valorização da Vida – que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.
Telefone: 188; E-mail: neste link ; Chat: neste link.
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