Conselho de Supervisão acionou empresa para que políticas de conteúdos relacionados à nudez fossem revisadas, a fim de não gerar LGBTfobia a pessoas trans e não binárias.
Reprodução/Unsplash - 15.09.2022
Conselho de Supervisão acionou empresa para que políticas de conteúdos relacionados à nudez fossem revisadas, a fim de não gerar LGBTfobia a pessoas trans e não binárias.

O Conselho de Supervisão da Meta, empresa que é  dona das redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp , entre outras, solicitou à companhia que revisasse as políticas de conteúdos relacionados à nudez  em suas plataformas. O pedido é uma iniciativa que visa permitir evitar erros de interpretação em caso de pessoas transgêneras e não-binárias.  

A empresa deveria “mudar a abordagem em relação à nudez em suas plataformas, definindo critérios claros para gerenciar as políticas em relação à nudez de adultos e à atividade sexual, para assegurar que todos os usuários sejam tratados de forma consistente com os direitos humanos”, diz um comunicado publicado no site da empresa de tecnologia.

Entre 2021 e 2022 duas postagens, realizadas nas redes da companhia, deram início ao debate. Um casal, que se identifica como transgênero e não-binário, postou fotos sem camisa, com os mamilos cobertos. As  images foram removidas por violação dos padrões do site, após uma série de alertas enviados por sistemas automatizados da empresa.

Um dos membros do casal planejava se submeter a uma cirurgia de retirada das mamas e a postagem se referia a este desejo. Na publicação havia um pedido de doação de valores para ajudar a custear os gastos com a realização do procedimento cirúrgico.

“Pessoas que se identificam como LGBTQI+ podem ser desproporcionalmente afetadas [com a política da Meta relativa à nudez], como mostram esses casos. Os sistemas automatizados da Meta identificaram esses conteúdos diversas vezes, ainda que os posts não tenham violado as regras da plataforma”, afirmou o Conselho de Supervisão, que foi criado em 2020 por Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e é formado por 20 especialistas e representantes da sociedade civil internacional, como advogados, jornalistas, defensores dos direitos humanos, e ex-líderes políticos.

A ex-primeira-ministra da Dinamarca e integrante do Conselho, Helle Thorning-Schmidt, alertou para o fato de que mamilos masculinos não são sexualidados nas plataformas da empresa.

“Estamos pedindo à Meta que analise isso. Dizemos que deveria haver mais igualdade. É interessante que os únicos mamilos que não são sexualizados são os dos homens ou aqueles que foram operados”, disse Helle durante uma conferência online na última quinta-feira (19).

As normas da Meta proíbem imagens que contenham mamilos femininos, exceto em publicações referentes a temas de saúde como amamentação e cirurgias de redesignação sexual . “Esse regulamento se baseia em uma visão binária dos gêneros”, criticou o Conselho.

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