Defensores dos direitos da comunidade transgênero estão acusando o governo britânico de transfobia, após ter sido bloqueado um projeto de lei para facilitar a mudança de sexo, prevendo que sejam feitas alterações como o limite de idade de 18 para 16 anos, sem a necessidade de um diagnóstico médico. A mesma lei já foi aprovada na Escócia – também parte do Reino Unido.
Segundo o ativista Owen Hurcum, o executivo britânico está “mentindo” quando diz que o veto não se trata de transfobia. Laura Dale, outra manifestante, acusou o governo do Reino Unido de estar tentando impedir as melhorias propostas pela Escócia.
"Ver o governo do Reino Unido intervir, para impedir que a Escócia melhore a reforma de reconhecimento de gênero, nos diz que o executivo está muito empenhado em não deixar que os direitos ‘trans’ melhorem no país. Estão dispostos a prejudicar a sua reputação e a relação com a Escócia", disse.
O grupo Scottish Trans (Trans Escoceses) afirmou pelo Twitter que a decisão do governo é “incrivelmente decepcionante”. Por outro lado, se mostrou satisfeito em ver que deputados de diferentes partidos se uniram para condenar a decisão.
Monica Lennon , deputada do parlamento escocês afirmou que "as pessoas trans devem poder viver, trabalhar e morrer com dignidade" e que é disso que a lei se trata.
“ Obrigado a Monica Lennon, por perguntar sobre a decisão do governo do Reino Unido de bloquear o Projeto de Lei de Reforma de Reconhecimento de Gênero na Escócia, e a Shona Robison por suas fortes respostas em apoio ao projeto de lei e às pessoas trans ”, disse o tweet.
"Concluímos que este projeto de lei teria um sério impacto adverso, entre outras coisas, no funcionamento da Lei da Igualdade, de 2010. Incluindo no funcionamento de clubes, associações e escolas que são só para um sexo e na proteção de questões como a igualdade salarial", disse o ministro da Escócia, Alister Jack.
Na sessão do parlamento britânico, o Primeiro-ministro de Gales se mostrou contrário e Mark Drakeford, do Partido Trabalhista, afirmou que o veto à lei "está errado" e é "uma jogada perigosa", um movimento em "terreno escorregadio".
Para Nicola Sturgeon, líder do Partido Nacional Escocês e do Parlamento da Escócia, este é um “ataque frontal” a uma assembleia democraticamente eleita e à sua capacidade de tomar decisões sobre “assuntos descentralizados”.
Para o governo escocês restam duas opções: alterar a lei e submetê-la novamente ao parlamento, ou desafiar Londres judicialmente.
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*Com informações do Euronews.