Ali foi estuprado em uma operação armada
ANTONI SHKRABA/Pexels
Ali foi estuprado em uma operação armada

Um homem gay que morava no Catar revelou a dura verdade sobre as operações de tortura no local para prender membros da comunidade gay, com sua própria experiência resultando em estuprado por oficiais.

Em uma matéria do ‘inews’, Ali, que se mudou para a capital do Catar, Doha, após a morte de seu pai nas Filipinas, compartilhou sua horrível experiência.

Após se mudar para o Catar, Ali diz que usou aplicativos para se encontrar e se relacionar com outros homens gays —  Porém, a homossexualidade é ilegal no estado do Golfo.

Ali conta na matéria que foi convidado a conhecer um homem em um hotel em troca de dinheiro, o que ele aceitou. Entretanto, quando ele chegou, encontrou seis homens esperando dentro do quarto do hotel.

Ele afirma que os homens eram membros da polícia do Catar. "Eles o capturaram", acrescentou o amigo de Ali na entrevista.

"Eu realmente queria pular [pela janela] mas não conseguia, era muito alta e já estava encurralado dentro do quarto", disse Ali.

"Eles me pegaram e me jogaram em cima da cama. Eles começaram a me estuprar".

Após a agressão, Ali disse que um dos oficiais lhe disse para se calar porque ele estava chorando, e o agrediu de ambos os lados do rosto, enquanto ele tremia e estava em estado de choque.

Os oficiais tiraram fotos da conversa que Ali teve com o turco como "prova de que ele me pagará o QR 300" [moeda local], que agiria como prova de prostituição e homossexualidade.

Após uma noite na prisão, ele foi levado para o centro de deportação e enviado de volta para as Filipinas.

"Eu tenho um trauma pelo que aconteceu", disse ele.

Esta é a história de Ali, mas aumenta a preocupação dos  fãs de futebol LGBTQ+ que pensam em viajar para o Catar para a Copa do Mundo.

O 'primeiro' homem do Catar a sair publicamente como gay, o Dr. Nasser Mohamed, que agora está trabalhando com a Human Rights Watch, também falou com os noticiários e confirmou que a operação de tortura que capturou Ali é comum no país.

Ele disse à publicação: "Eles são chamados de Departamento de Segurança Preventiva".

"Eles não fazem tecnicamente parte da polícia". Eles são uma equipe de segurança nacional".

O Dr. Mohamed disse que seus "maiores alvos são homens gays femininos e mulheres transgêneros — porque é visível".

Na última semana, a Human Rights Watch (HRW) – organização internacional e não governamental que defende e fiscaliza a aplicação dos Direitos Humanos — contou que  forças de segurança do Catar, sede da Copa do Mundo deste ano, prenderam e maltrataram pessoas LGBT no país recentemente. Devido ao evento esportivo, os olhos do mundo todo se voltaram para o Golfo Árabe, e muito se fala sobre as medidas extremamente conservadoras que colocam a comunidade LGBTQIA+ em risco.

Segundo a agência de notícias Reuters, a organização disse que entrevistou seis pessoas LGBT do Catar, incluindo quatro mulheres trans, uma mulher bissexual e um homem gay que relataram que foram detidos entre 2019 e 2022 e submetidos a abusos verbais e físicos — que consistiam em chutes e socos.

*Com informações do PinkNews. 



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