A primeira coronel transexual da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), e do continente americano, Maria Antônia, 60, lançou seu primeiro livro, "Memórias da Primeira Coronel Trans do Brasil" , que narra sua jornada de descoberta como uma pessoa transexual. A autora foca na obra em dar orientações sobre o processo de transição de gênero que não se restringem apenas às pessoas transgêneros, mas também a amigos, familiares e aliados.
“É destinado também para amigos, tios, mães, pais, irmãos e filhos de pessoas LGBT+. É uma mensagem com um convite para a abertura da mente, para que todos tenham uma visão que enxergue o próximo”, disse a coronel em entrevista ao site Metrópoles.
O livro está disponível em plataformas digitais, e para os sistemas Android (Google Play) e iOS (Books). Maria Antônia conta que a ideia de escrever surgiu a partir do pedido de seguidores, em sua conta do Instagram, que pediam para que ela contasse sua história: “Vi que muitas pessoas precisavam de mais informação sobre o assunto”, revelou a autora na entrevista. Contudo, segundo a coronel, o livro “não se limita a isso”.
“Começa com uma biografia e depois passa por temas que muitas vezes as pessoas não gostam de falar/ouvir, como, por exemplo, a questão com a religião. Já estudei diferentes versões da Bíblia e fiz todo um caminho de estudos, então tem esse contexto teológico também”, disse ela ao site.
Na reserva remunerada desde fevereiro de 2006, Maria Antônia mora hoje em um sítio no interior do Rio Grande do Sul. Nos últimos quatro anos, ela passou por uma intensa transformação e uma série de intervenções cirúrgicas, e se prepara para a cirurgia de redesignação de gênero , porém, para a coronel “não é preciso essa intervenção cirúrgica para uma pessoa ser transgênere. A transição é um processo . Cada pessoa trans tem um ritmo próprio, uma realidade própria e isso tem que ser respeitado”.
A coronel também passou por um processo de rejuvenescimento facial, que envolve múltiplos procedimentos. “Fiz pelo menos oito cirurgias relacionadas a feminização facial. No entanto, é preciso frisar que pessoa trans não é definida pela quantidade de cirurgias, mas por sua essência, exatamente pela própria identidade de gênero que ela se reconhece”, finalizou Maria Antônia na entrevista ao Metrópoles.
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