A Agência de Notícias da Aids vai promover uma live, nesta terça-feira (19), às 21h, para discurtir as principais dúvidas sobre a varíola dos macacos - também conhecida como monkeypox - e desmistificar tabus que associem o vírus à comunidade LGBTQIAP+.
O convidado do bate-papo é o infectologista Rico Vasconcelos, pesquisador do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). O especialista trabalha com pesquisas clínicas com Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), no ambulatório especializado em HIV do Hospital das Clínicas da FMUSP e no Instituto Abathon de Medicina e Saúde.
No estágio atual, o contágio de monkeypox tem se mostrado acentuado entre a comunidade queer, mais em específico no público HSH (homens cis gays e bissexuais que fazem sexo com outros homens). Este recorte, que não é permanente, pode gerar estigma à comunidade, tal como ocorreu com o vírus do HIV, nas décadas de 1970, 1980 e 1990.
O surto do momento começou em Londres, no Reino Unido. No início de junho, o país divulgou uma pesquisa que apontava que entre 26 de maio e 10 de junho, dos 152 pacientes infectados que concordaram em participar do levantamento, 151 se identificaram como homens cis gays ou bissexuais.
A monkeypox não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, no entanto, a via mais comum de transmissão são por lesões na pele e vias respiratórias a partir do contato direto e prolongado com uma pessoa infectada. Nesse caso, as relações sexuais são episódios de alta transmissão.
Número de casos
Segundo levantamento da Agência CNN, até o último dia 12, ao menos 58 países confirmaram casos da doença, nos cinco continentes do globo. Aqui no Brasil, segundo balanço mais atualizado do Ministério Público da Saúde, há 266 casos conhecidos de infecção por monkeypox no país.
São Paulo tem a maior concentração, com 196 casos, seguido por Rio de Janeiro (37), Minas Gerais (18), Paraná (3), Rio Grande do Sul (3), Ceará (3), Rio Grande do Norte (3), Goiás (2) e Distrito Federal (1). Bahia e Pernambuco também registraram seus primeiros casos, mas estes não foram incluídos no balanço.
Vale lembrar que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), este tipo de varíola foi descoberto em 1958 em um macaco - daí o nome 'monkeypox'. O primeiro ser humano infectado foi uma criança na República Democrática do Congo, na África, em 1970. No continente, o vírus circula de forma endêmica há décadas.
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