Autoridades da Arábia Saudita, no Oriente Médio, estão fazendo uma verdadeira varredura em lojas do comércio da capital, Riad, para apreender qualquer produto que tenha as cores do arco-íris alegando que esta seria uma propaganda pró-homossexualidade. Em um vídeo publicado no Twitter, os funcionários públicos mostram bolsas, cadernos, brinquedos e até material escolar que foram todos apreendidos.
Um funcionário do Ministério do Comércio e Investimento, que aparece no vídeo, disse que esses objetos “contradizem a fé islâmica e a moral pública”. O canal de notícias estatal Al Ekhbariya fez uma cobertura da “repressão” aos direitos LGBTQ+ e disponibilizou na rede social.
“Estamos fazendo um tour pelos itens que contradizem a fé islâmica e a moral pública e promovem cores homossexuais visando a geração mais jovem”, disse ele. “A bandeira da homossexualidade está presente em um dos mercados de Riad”, acrescentou um jornalista.
Um lojista de um dos locais visitados até tentou protestar dizendo que os objetos apenas têm as cores do arco-íris, nada mais. De todo modo, o Ministério deixou claro que os produtos coloridos “contradizem o bom senso” e “sanções legais” serão aplicadas a quem os vender.
Para o grand mufti da Arábia Saudita, Abdelaziz Al Sheikh, a mais alta autoridade religiosa do país, a homossexualidade é um dos "crimes mais abomináveis" e, em declarações feitas em 2021 sobre o tema, ele afirmou que se relacionar com alguém do mesmo gênero é "odioso aos olhos de Deus".
"Quem comete este crime arrasta consigo vergonha e infâmia", acrescentou ele, em um comunicado citado pela agência oficial de notícias saudita SPA.
O país é conhecido como um dos que condena LGBTQIA+ ou qualquer tipo de atividade que apoie a comunidade por ser algo estritamente proibido pela Sharia. Na Arábia Saudita, pessoas que se relacionam com alguém do mesmo gênero podem receber sentenças de morte, tortura, castração química e outras condenações previstas por lei.
Em 2019, cinco homens foram executados depois de assumir que fizeram sexo com outros homens. No ano seguinte, um blogueiro iemini foi preso e deportado em 2020 por um post nas redes sociais dizendo que apoiava gays.
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