O político russo Vitaly Milonov está à frente do reality show "I'm Not Gay ("Não Sou Gay") em que oito homens são confinados dentro de uma casa, sendo que um é gay e os outros são hétero, e todos precisam descobrir quem é o homossexual entre todos eles. O programa exibido pelo Youtube tem sido alvo de várias críticas em todo o mundo pelo teor homofóbico e discriminatório que a atração tem.
Milonov é um dos políticos mais homofóbicos da Rússia e foi o autor da "lei de propaganda antigay" do país, que criminaliza "promover relações sexuais não tradicionais" para menores, pediu que gays fossem "esterilizados" e mantidos em abrigos como gatos. Em um programa de televisão, em 2015, ele foi questionado pelo apresentador se achava que os "homossexuais eram perigosos" e respondeu "um pedaço de merda não é perigoso, mas é bastante desagradável ver nas ruas".
O "I'm Not Gay" propõe alguns testes bem "clichês", baseados em preconceitos banais e sórdidos, e diz que "encontrar um homossexual na Rússia é como encontrar um McDonald's funcionando: certamente existem alguns, mas não muitos e poucas pessoas sabem sobre eles". Logo na porta da casa, os participantes encontram um "galo", palavra que é usada pejorativamente no país como uma gíria para designar homens gays nas prisões.
No primeiro teste, os participantes são convidados a dormirem juntos, no mesmo quarto, às vezes na mesma cama e até a tomarem banhos juntos para testar se eles "resistem". Em outro momento, homens bezuntados de óleo pelo corpo, seminus, desfilam pela sala para ver a reação dos participantes.
Em apenas uma semana, o programa ultrapassou a marca milhão de visualizações no Youtube. Quem conseguir descobrir qual é o homem gay entre os participantes após oito episódios ganha um prêmio de 2 milhões de rublos, o equivalente a R$ 150 mil.
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