Mais conhecida como Ana Paula do Vôlei, Ana Paula Henkel causou polêmica e movimentação nas redes sociais após criticar a presença de atletas transgênero em competições oficiais. A situação se iniciou após Ana Paula comentar sobre o caso da nadadora trans Lia Thomas, campeã da NCAA, ‘National Collegiate Athletic Association’ – ou “Associação Atlética Nacional”, em tradução livre, principal liga universitária dos Estados Unidos. Por meio do Instagram, a ex-atleta afirmou que outros profissionais de atletismo deveriam questionar a participação de pessoas trans em disputas esportivas ao lado de pessoas cisgênero.
“Conheçam Lia Thomas, atleta trans e a nova 'campeã' de natação da liga universitária dos EUA. Sua genética masculina desclassificou meninas, bateu recordes e recebeu troféus no esporte feminino. Respeito como as pessoas escolhem viver suas vidas, mas jamais aplaudirei isso no esporte. Jamais", começou Ana Paula.
"Não há palavras para expressar a tristeza no coração em ver meninas tendo suas chances ceifadas, depois de anos de treinamento e investimento, por uma ideologia nefasta, vil e injusta. Parem de fingir que isto é inclusão. Isto é EXCLUSÃO de meninas e mulheres do esporte feminino", continuou. Ela finaliza com: "Acordem, atletas. Acordem. Vocês são as únicas capazes de parar essa insanidade contra nós mulheres. Não tenham medo. As pessoas estão do nosso lado! Acreditem! Vocês ainda podem salvar o esporte feminino com sobriedade, com classe, com argumentos sólidos. A ciência e a biologia humana NÃO MUDAM porque alguém assim deseja".
Para conseguir participar das competições, Lia precisou comprovar que passou 12 meses com o nível de testosterona abaixo do limite de 10nmol/l (nanomol por litro de sangue), uma exigência mínima da NCAA. A ‘USA Swimming’, instituição reguladora das competições junto à Federação Internacional de Natação mudou a exigência para 36 meses, mas por ser uma mudança recente – implementada no final de 2021 – a NCAA optou por não adotar a medida ainda.
Vale lembrar também que o COI, Comitê Olímpico Internacional, tem uma regra para mulheres trans e travestis que se assemelha ao NCAA: durante os 12 meses anteriores ao início da competição e todo o tempo em que a atleta continuar competindo, o nível de testosterona não pode ultrapassar 10nmol/l.