Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB)
Reprodução / CNN Brasil
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB)

Na última semana, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) concedeu uma entrevista ao podcast "Mais Que 8 Minutos", de Rafinha Bastos, em que fala sobre sua sexualidade e como isso impactou sua vida política. Eduardo, que se assumiu gay em julho deste ano , revelou que tinha dificuldades para aceitar a orientação sexual.

O governador afirma que recebeu questionamentos pelo fato de não ter dito antes de sua eleição sobre sua sexualidade, mas que não o fez porque era um assunto ainda nebuloso para ele. "Era difícil para mim. Eu virei vereador sem eu ter me aceito", diz.

Eduardo também revela que ficou pela primeira vez com outro homem apenas aos 25 anos. "Eu já era vereador. Era uma coisa que eu estava descobrindo. Você se questiona. Fui criado nessa mesma cultura que todo mundo foi e que tentou me convencer que isso era algo errado", afirma. A aceitação veio quando ele tinha 27 anos e era prefeito. O governador tem 36 anos.

No podcast, Eduardo afirmou ainda que tinha tomado a decisão de falar sobre sua orientação sexual antes de seu mandato como governador terminar, mas tinha receio de que isso fosse encarado como estratégia política.

Questionado sobre as críticas que recebeu, Eduardo afirmou que achava que a maior parte viria mais da esqueda do que da direita. Segundo, ele foi o que aconteceu. O governador também foi criticado por ter apoiado o presidente Jair Bolsonaro . Mesmo assim, ele conta que recebeu apoio de lideranças políticas de esquerda, como Luciana Genro e Manuela D'Ávila. "Fizeram referências elogiosas, o que demonstra nossa capacidade de convivência", conta o governador.

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Eduardo também lembra que recebeu comentários negativos de Jean Wyllys mas que, apesar de não concordarem do ponto de vista político, o admira pela "luta por direitos da população LGBT". "Ele [Jean] está nessa estrada há muito tempo e enfrentou tempos ainda mais difíceis do que falar sobre isso hoje em dia", diz.

Eduardo especula que Jean pode ter se sentido incomodado pelo apoio que recebeu por ser considerado um "novato". "Eu agradeço todos aqueles que abriram caminho para que a gente chegasse até aqui, independente da posição política".

Eduardo também comentou que a luta pelo direito das pessoas  LGBTQIA+ deve ser direcionada pela busca de respeito e igualdade, mas compreende a dificuldade das pessoas em aceitarem a população.

"Foi difícil para mim, que sou gay. Foi difícil eu me aceitar por conta da criação que eu tive. Como que vou exigir dos outros que aceitem de uma hora para outra? A gente tem que empurrar na direção correta", pondera.


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