
O ator Gabriel Stauffer foi criado indo à Igreja Evangélica até os 20 anos. No entanto, uma revelação fez tudo mudar: quando seu pai, o jornalista Sérgio Wesley, se assumiu homossexual, em 2017.
Na época, o veterano tinha vivenciado uma experiência de quase morte após uma cirurgia. Em meio ao turbilhão de emoções, o intérprete da fase jovem de Gustavo em " Pantanal " se viu confrontado pelas próprias crenças.
"Fiquei muito confuso. Como um Deus, pai de todos, poderia preparar um inferno para o meu pai? Como que eu vou acreditar em um Deus que preparou um lugar para o meu pai e mais um monte de gente ser chicoteada pela eternidade?". disse, em participação no podcast " Retrato Gravado ".
As indagações internas o fizeram deixar a Igreja: "Parei de acreditar nisso. Prefiro amar incondicionalmente meu pai do jeito que ele é, assim como amo a minha mãe, minha irmã, meus sobrinhos...", refletiu Stauffer.
O ator, porém, segue acreditando em algum deus — mas não aquele que conhecia. "Espiritualidade é diferente de religião, é uma busca individual. Continuo orando, pedindo, vibrando, me relacionando com um deus, porque preciso disso. Mas um Deus que é diferente daquele que aprendi dentro da igreja".
A relação de Gabriel Stauffer com o pai
Atualmente, o ator vive em harmonia com o pai, o namorado dele e o restante da família. Al[em disso, agradece a coragem de Sérgio: "Foi muito impactante pra mim e importante também. Hoje fico feliz e grato pelo meu pai ter contado isso pra gente, ter conseguido falar".
"Para um homem mais velho, numa sociedade que ainda é machista e tem muito preconceito, conseguir falar isso pra mulher, filhos e sociedade é muito especial e necessário", avaliou o ator.
Agora, Stauffer pretende contar a história da família em um monólogo e livro, que já começou a ser produzido: "Às vezes, a gente se afasta do que a gente é, dos nossos desejos, por inúmeros motivos, e acabamos nos afastamos de quem somos", finalizou.