90% de estudantes LGBTI+ sofreram agressão verbal na escola

86% se sentem inseguros no ambiente escolar, segundo a pesquisa; confira

Estudantes LGBT+ relatam bullying na escola
Foto: Reprodução Freepik
Estudantes LGBT+ relatam bullying na escola

90% dos estudantes  LGBTI+ já sofreram agressão verbal em 2024. É o que diz a Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro, apresentada em Brasília, na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), na última quarta-feira (16). As informações são da "Agência Brasil".

Os dados ainda mostram que 86% dos entrevistados se sentiram inseguros no ambiente escolar por características pessoais, a exemplo da aparência. Fora a  violência verbal, 34% da comunidade afirmou também ter sofrido violência física no ano passado. Expressão de gênero (20%), orientação sexual (20%) e aparência (19%) são os elementos citados como supostos gatilhos para os ataques sofridos. 


A situação piora para trans, travestis e pessoas negras. Isso porque, segundo a pesquisa, o percentual de violência sobe 38% para estes públicos. Sobre assédio sexual no ambiente educacional, 4% dos estudantes  LGBTI+ já passaram por esse abuso; 5% revelaram enfrentar isso com frequência.

Docentes e educadores correspondem a 34% dos agressores, segundo as vítimas; 16% se enquadram como membros de gestão ou da diretoria e 10% são outros profissionais da unidade de ensino. No entanto, como os ataques podem ocorrer mais de uma vez e por várias pessoas, a pesquisa frisa que a maior parte deles é realizada pelos próprios estudantes, que representam 97%.


O que acontece quando a escola é notificada?

31% dos alunos foram buscar auxílio da escola após os episódios de agressão, mas 69% declararam que a instituição não tomou nenhuma atitude. 86% pontuaram que, nos casos em que alguma providência foi tomada, as medidas foram pouco ou nada eficazes.


Como a pesquisa foi feita?

Respondido por 1.349 estudantes da educação básica, o questionário realizado pela organização da sociedade civil Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Instituto Unibanco e o Plano CDE, a Aliança.

Os entrevistados tinham mais de 16 anos e estavam no ensino regular ou no EJA (Educação de Jovens e Adultos) de escolas públicas e privadas das 27 unidades de federação do país. Para a formulação dos dados, apenas as respostas de membros da comunidade  LGBTQIAPN+ foram considerados (1.170).