Suprema Corte britânica determina definição do que é ser mulher

Tribunal se ancorou na Lei da Igualdade de 2010 para avaliar apenas sexo biológico como parâmetro; decisão exclui mulheres trans

Corte definiu concepção do que é ser mulher nesta quarta-feira (16)
Foto: Reprodução: X via Reuters
Corte definiu concepção do que é ser mulher nesta quarta-feira (16)

A Suprema Corte do Reino Unido decidiu o sexo biológico como o fator que determina o que é ser mulher, nesta quarta-feira (16). Argumentada com a Lei da Igualdade de 2010, o tribunal estabeleceu que a identificação não poderá ser baseada no gênero.

Por isso, mulheres trans que possuem o Certificado de Reconhecimento de Gênero não são mais reconhecidas como pertencentes ao sexo feminino. "A decisão unânime deste tribunal é que os termos mulher e sexo, na Lei da Igualdade de 2010, se referem a uma mulher biológica e a um sexo biológico", afirmou o juiz.

Ao determinar o sexo biológico como a definicação do que é ser mulher, o tribunal britânico se alinhou aos argumentos do grupo escocês For Women Scotland (FWS), que abriu um processo contra o governo da Escócia por não considerar o gênero na identificação.

JK Rowling, autora da saga Harry Potter, se pronunciou a respeito da decisão da Corte. "Foram necessárias três mulheres escocesas extraordinárias e obstinadas, com um exército trás delas, para que este caso fosse ouvido pela Suprema Corte e, ao vencer, elas protegeram os direitos de mulheres e meninas em todo o Reino Unido", disse a escritora, que viralizou nas redes sociais pelo seu discurso de ódio contra a população trans.

Enquanto isso, organizações em prol dos direitos LGBTQIAPN+ lamentaram o ocorrido. "A decisão da Suprema Corte hoje é lamentável. Esta decisão deixa claro que não se pode confiar em nossas instituições para defender a comunidade trans. Mas nós o faremos. Hoje e todos os dias, não deixaremos de lutar pelos direitos trans", escreveu o Good Law Project.