
O Dia Internacional da Visibilidade Trans, celebrado nesta segunda-feira (31), reforça a importância do reconhecimento e da inclusão de pessoas trans na sociedade. Além de combater a discriminação, a data também levanta debates sobre direitos fundamentais, como o acesso às cirurgias de afirmação de gênero.
Especialistas destacam que esses procedimentos desempenham um papel crucial na qualidade de vida e na saúde mental de indivíduos transgêneros. A disforia de gênero, que causa intenso desconforto com características físicas que não condizem com a identidade de gênero, pode ser amenizada por meio de cirurgias como a feminização facial, mastectomia masculinizadora, faloplastia e vaginoplastia.
“A mastectomia, por exemplo, é considerada uma cirurgia reparadora no Brasil. Muitos homens trans passam anos tentando esconder as mamas e, ao realizar o procedimento, conseguem finalmente se sentir confortáveis com o próprio corpo”, explica a cirurgiã plástica Dra. Heloise Manfrim.
As cirurgias de mama estão entre as mais procuradas. Enquanto homens trans costumam buscar a remoção das mamas, mulheres trans recorrem à mamoplastia de aumento, com implante de prótese de silicone, para adequação corporal. “O tamanho da prótese é escolhido com base na estrutura corporal da paciente, garantindo um resultado natural”, acrescenta a cirurgiã.
Além das cirurgias corporais, procedimentos faciais também têm grande impacto na autoimagem e no bem-estar. A feminização facial, por exemplo, modifica traços ósseos e tecidos moles para alinhar a aparência à identidade de gênero feminina.
“Entre as cirurgias mais comuns estão a rinoplastia, para afinar o nariz, e a mentoplastia, que redefine o contorno facial”, explica Dra. Heloise.
Apesar da importância desses procedimentos, a falta de acesso ainda é um obstáculo para muitas pessoas trans. “A dificuldade de acesso leva parte da população trans a recorrer a alternativas inseguras, como o uso indiscriminado de hormônios e procedimentos clandestinos ”, alerta o cirurgião plástico Dr. Carlos Manfrim.
A ampliação do acesso a esses tratamentos, segundo os especialistas, é uma questão de saúde pública. “Negar esse direito impacta diretamente na saúde mental e no bem-estar dessas pessoas. Garantir esse acesso é fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva”, conclui Dr. Carlos.