Um estudo recente, publicado em novembro do ano passado, intitulado “Pais gays europeus via barriga de aluguel: parentalidade, apoio social, microagressões antigays e problemas de comportamento infantil”, (“ European gay fathers via surrogacy: parenting, social support, anti-gay microaggressions, and child behavior problems ”, no original), sugere que crianças com pais gays podem estar em uma situação melhor do que aquelas com pais heterossexuais.
A pesquisa, conduzida por investigadores da Bélgica, Itália e Estados Unidos , analisou 134 famílias europeias, sendo 67 com pais homossexuais por meio de barriga de aluguel e 67 com pais heterossexuais por meio de concepção sem assistência. As crianças dessas famílias tinham entre 1,5 e 10 anos de idade.
O estudo avaliou o estilo parental, a divisão de tarefas, a satisfação dos pais com o relacionamento e a existência de problemas de comportamento nas crianças. Além disso, as famílias com pais gays foram analisadas inserindo também o impacto da homofobia e do apoio da comunidade (amigos, familiares e sociedade em geral) em suas vidas.
Os resultados mostraram que os filhos de pais gays apresentaram menos problemas de comportamento, tanto de externalização (como agressão e quebra de regras) quanto de internalização (como ansiedade e depressão), em comparação com os filhos de pais heterossexuais.
Além disso, os pais homossexuais relataram estilos parentais mais eficazes, maior qualidade de coparentalidade e maior satisfação no relacionamento do casal.
Os problemas de comportamento das crianças foram mais fortemente associados a terem sido criados em uma família de pais heterossexuais, a uma paternidade mais autoritária e a uma coparentalidade menos positiva.
Os resultados refutam as preocupações sobre os possíveis efeitos prejudiciais da concepção de barriga de aluguel ou de ser criado por pais gays sobre o desenvolvimento da criança.
O estudo também sugere que os terapeutas familiares que tratam de problemas de comportamento infantil devem se concentrar principalmente na melhoria do relacionamento entre pais e filhos, na redução de estilos parentais autoritários e, especificamente para famílias de pais gays, no enfrentamento de microagressões antigays e na falta de apoio social fora da família nuclear.
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