Monumento do Holocausto para vítimas LGBTQ em Berlim
Reprodução/Youtube 16.08.2023

O promotor público investiga o caso como possível crime de ódio

As autoridades alemãs estão investigando se há uma conexão entre dois ataques incendiários que foram comentidos no centro de Berlim e atingiram três memoriais do Holocausto.

Entre os memoriais estava um dedicado às pessoas LGBTQIAP+ que morreram durante o regime nazista, segundo informações do jornal alemão Berliner Zeitungreports.

O crime teria ocorrido na manhã do último sábado (12).

Segundo o jornal, um criminoso ainda não identificado jogou um objeto em chamas no memorial com um bilhete contendo uma versão modificada de um versículo da Bíblia sobre gays. O monumento, erguido em 2008, não sofreu danos permanentes.

Mais tarde, ainda no sábado, segundo a polícia, que citou relatos de testemunhas, um homem teria ateado fogo em uma caixa dentro da antiga cabine telefônica que servia como local de troca gratuita de livros, no “Gleis 17”, ou Plataforma 17, o memorial do Holocausto no bairro de Grunewald.

Os bombeiros conteram as chamas, mas quase todos os livros foram destruídos pelo fogo. Na caixa, a maioria dos livros era sobre a vida judaica em Berlim durante a era nazista e a perseguição aos judeus durante esse período.

Entre 1941 e 1945, a estação de Grunewald serviu como ponto de deportação para mais de 50 mil homens, mulheres e crianças judeus que foram mortos em campos de concentração nas regiões orientais e em Auschwitz.

Perseguição LGBTfóbica

Nos campos de concentração, os homossexuais eram identificados pelo triângulo rosa; mulheres lésbicas usavam o triângulo preto, que as identificava como
Reprodução
Nos campos de concentração, os homossexuais eram identificados pelo triângulo rosa; mulheres lésbicas usavam o triângulo preto, que as identificava como "associais"

Até cerca de 15 mil homens gays foram enviados para campos de concentração durante o Holocausto devido à sua sexualidade. Homens gays presos foram assassinados, castrados ou usados ​​em experimentos médicos em campos de concentração. Nesses campos, milhares de lésbicas , transgêneros  e profissionais do sexo também foram detidos em condições brutais e rotulados de “degenerados”.

A Associação Lésbica e Gay de Berlim-Brandenburg afirmou que o monumento LGBT+ foi o foco do ataque. “Estamos chocados com a energia incitante de ambos os atos e esperamos que o responsável seja pego rapidamente em ambos os casos”, disse  a entidade.

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