O festival de música da Malásia está cobrando 12,3 milhões de ringgit (aproximadamente R$ 13 milhões) em perdas da banda britânica The 1975, depois que o protesto de seu vocalista no palco contra as leis antigays do país levou as autoridades a encerrarem o festival.
A Future Sound Asia (FSA) enviou uma carta à banda na segunda-feira exigindo compensação por quebra de contrato, disse o advogado da FSA, David Dinesh Mathew.
Durante a apresentação da banda, o vocalista Matty Healy usou palavrões em seu discurso criticando a postura do governo da Malásia contra a homossexualidade, e depois beijou o baixista Ross MacDonald durante o show de abertura no “Good Vibes Festival”, em Kuala Lumpur. Imagens da performance foram postadas nas redes sociais e provocaram reação no país predominantemente muçulmano.
Na Malásia, a homossexualidade é um crime punível com até 20 anos de prisão e espancamento.
O governo criticou a conduta de Healy, colocou a banda na lista negra do país e interrompeu o festival de três dias. Alguns membros da comunidade LGBTQ+ também foram às redes sociais para criticar a banda, dizendo que Healy interrompeu o trabalho de ativistas que pressionavam por mudanças e também colocou a comunidade em perigo.
Em carta, o advogado Matthew disse que a banda fez uma promessa por escrito antes do show de que seguiria todas as diretrizes e regulamentos locais. Em vez disso, o "uso de linguagem abusiva de Healy, danos ao equipamento e comportamento indecente no palco" causou perdas financeiras à FSA.
“Infelizmente, a garantia foi ignorada”, disse Mathew na sexta-feira em uma declaração por escrito à Associated Press. “Suas ações tiveram repercussão em artistas locais e pequenos negócios, que contavam com o festival para oportunidades criativas e seus meios de subsistência".
Como tal, ele disse que a FSA exigiu que o The 1975 reconhecesse sua responsabilidade e pagasse pelos danos sofridos. Em seu site, a FSA disse que está atendendo a todos os pedidos de reembolso.
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