A jogadora de futebol sueca Nilla Fischer, de 39 anos, revelou em sua autobiografia que as jogadoras foram forçadas a mostrar o órgão genital ao médico na Copa do Mundo Feminina de 2011, na Alemanha, para provar que eram mulheres.
A zagueira do Linköpings, time do sul da Suécia, relembrou os exames de gênero que foram realizados durante o torneio na Alemanha e conduzidos por um fisioterapeuta. Esses testes — que se seguiram aos protestos da Nigéria, África do Sul e Gana, que alegaram que a equipe da Guiné Equatorial incluía homens — foram "doentios e humilhantes", segundo Fischer. As informações são do O Globo.
A biografia, intitulada 'Jag sa inte ens hälften' ('Eu não disse a metade', em tradução livre), detalha os acontecimentos constrangedores ocorridos no Mundial realizado na Alemanha.
"Fomos informadas de que não deveríamos raspar 'lá embaixo' nos próximos dias e que mostraríamos nossa genitália ao médico", começou o relato. "Pensamos: 'Por que somos forçados a fazer isso agora? Deve ter outras maneiras de provar o gênero? Devemos recusar? Mas, ao mesmo tempo, ninguém queria arriscar a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo. Tem que fazer, não importa o quão doente e humilhante pareça", lembrou a atleta.
Desde 2011, quando a Fifa anunciou suas atuais políticas de reconhecimento de gênero, as equipes são obrigadas a assinar uma declaração garantindo que as atletas que vão disputar as Copas do Mundo sejam “do gênero apropriado”.
Nilla Fischer disputou os Mundiais de 2007, 2011, 2015 e 2019 com a Suécia, além dos Jogos Olímpicos de 2008, 2012 e 2016 — este último, no Rio de Janeiro, ela conquistou a medalha de prata. Na Copa do Mundo deste ano, na Austrália e na Nova Zelândia, a defensora não foi convocada, pois se aposentou da seleção sueca no ano passado.
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