Medida faz parte de atitudes recentes da primeira ministra de extrema direita do país, Giorgia Meloni
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Medida faz parte de atitudes recentes da primeira ministra de extrema direita do país, Giorgia Meloni

Três crianças nascidas de mães lésbicas na Itália tiveram as certidões de nascimentos alteradas para remover uma das mães. O caso abre precedente para que outros casais LGBTs também sejam alvos da LGBTfobia governamental que tem ocorrido no país europeu durante a gestão da primeira ministra Giorgia Meloni, de extrema direita.

O MailOnline cita Michela, uma das primeiras pessoas LGBTs a ser afetada pela medida, que afirmou “chorou por 10 dias quando abri a carta [e recebi a notícia]”. A mulher de 38 anos, que mora em Bérgamo, no norte da Itália, ainda disse: “Era como se eu não existisse.”

De acordo com o site, uma carta de promotores estaduais foi enviada a Michela - que não é a mãe biológica de sua filha Giulia - e sua parceira dizendo que a inclusão de Michela na certidão de nascimento da criança era "contrária à ordem pública".

Agora, apenas a reconhecida mãe biológica de Giulia tem direitos parentais sobre assuntos como educação e saúde da criança. Além disso, se a mãe biológica de Giulia morrer, ela será entregue a parentes diretos da esposa de Michela ou colocada sob cuidados, em vez de se tornar responsabilidade legal da mulher de 38 anos.

Extrema direita na Itália

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni
REMO CASILLI/REUTERS
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni


Giorgi Meloni, a primeira mulher primeira-ministra da Itália e uma autodenominada “mãe cristã”, é a líder do partido nacional-conservador e populista de direita da Itália, Irmãos da Itália.

Ela se tornou primeira-ministra em outubro de 2022 e desde então propaga uma campanha que critica o que ela chama de “lobbies LGBT” que “despertaram ideologias”.

Uma declaração por escrito circulou na Itália em março de 2023 ordenando que as prefeituras suspendessem o registro de casais do mesmo gênero como pais legítimos. As prefeituras devem agora reconhecer apenas pais biológicos.

Alessia Crocini, presidente da Rainbow Families, disse na época à rede de televisão americana PBS que o governo de Meloni “é a expressão máxima da homofobia”.

“Ela diz que para crescer bem uma criança precisa de uma mãe e de um pai. Isso mesmo que décadas de pesquisa digam o contrário. É um insulto para centenas de milhares de famílias com dois pais do mesmo sexo”.

De acordo com o The Times, um magistrado em Pádua, na região de Veneto, no norte de Itália, enviou no mês passado a um tribunal uma lista de 33 casais de lésbicas registradas como mães desde 2017. Os juízes foram solicitados a remover dos registros de nascimento o nome da parceira que não deu à luz. O pedido será julgado em novembro.

A Itália introduziu uma lei de uniões civis para casais do mesmo gênero em 2016. No entanto, a fertilização in vitro para casais do mesmo sexo é ilegal.

** Este texto contém informações de Attitude


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