A TV Globo exibe hoje, após “Tela Quente”, o episódio “Sísmicas”, o terceiro da antologia ‘Histórias Impossíveis”, no especial “Falas de Orgulho”, que marca a semana em que se celebra o Dia do Orgulho LGBTQIAP+.
As atrizes Ana Flavia Cavalcanti e Kika Sena celebram a oportunidade que interpretar personagens marcantes e apresentar ao público uma história de amor. Na trama, Lena e Kátia estão indo para uma nova etapa no relacionamento, mas precisarão enfrentar ameaças psicológicas e especulação imobiliária para se manterem unidas.
Graduada em Licenciatura em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB) e mestranda em Teoria e Prática das Artes Cênicas pela Universidade Federal do Acre, Kika também pesquisa as áreas de gênero, sexualidade, raça e classe, e considera estar vivendo um momento especial na carreira: “É minha estreia na TV, marcando um momento de realização pessoal e profissional enquanto atriz. Embarquei nessa produção principalmente pela potência narrativa abordada no roteiro e, também, por desejar compor a história do episódio ‘Sísmicas’ ao lado de atrizes generosas como Ana Flavia Cavalcanti e Nena Inoue”, afirma.
Kika e Ana Flavia estão ansiosas pela exibição do especial “Falas de Orgulho”.
“A Kátia é uma travesti preta que vive uma insegurança muito comum às pessoas trans e travestis brasileiras: a incerteza de um lar definitivo. Ela tem um relacionamento com a Lena (Ana Flavia), uma mulher, cis e decide morar com ela. Mas, devido à especulação imobiliária que ronda o bairro, sua insegurança é novamente acionada, abalando-a enquanto sujeita e, consequentemente, desestabilizando sua relação amorosa”, reflete Kika, que recebeu o prêmio de Melhor Atriz do Festival do Rio 2022, com o longa-metragem “Paloma”.
Mais experiente em projetos na televisão, Ana Flavia participou do coletivo que originou “Histórias Impossíveis” e declara que sua conexão com a obra perpassa todos os episódios.
Ela diz se identificar com o DNA de “Histórias Impossíveis”, que traz narrativas ficcionais sobre medos femininos a partir de diferentes perspectivas de mulheres contemporâneas. “Apesar de as tramas abordarem temas dentro do recorte do projeto, que contempla as datas comemorativas dos direitos adquiridos pelas populações minoritárias, eu me reconheço em todas essas mulheres. E é muito bonita a história de amor entre as duas e os desdobramentos disso, que passam obviamente pela lesbofobia e pela transfobia da sociedade brasileira que elas vão vencer juntas, fortalecendo ainda mais o amor que sentem uma pela outra”, destaca.
“Estamos falando sobre amor, sobre pessoas pretas se amando, sobre pessoas trans e travestis sendo amadas, isso com certeza o público pode esperar. ‘Sísmicas’ é também sobre as rachaduras que uma cultura LGBT+fóbica pode causar dentro de nós e nas nossas relações, mas, para além disso, nos ensina sobre como as relações afetivas LGBTI+ são fortalecidas pelas lutas e conquistas ancestrais a nós”, enfatiza Kika.
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