Após ter sua "capacidade moral e profissional" questionada pela Polícia Militar de Santa Catarina, com o aval do governador do Estado, Jorginho Mello (PL), a major travesti Lumen Müller Lohr recebeu apoio da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+ (Renosp).
O grupo reúne cerca de 150 policiais LGBTQ+ de várias corporações de todo o país, que espera ter acesso a detalhes do procedimento contra a oficial para tomar providências jurídicas em defesa da major.
"Queremos mostrar que Lumen não está sozinha", disse o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Anderson Cavichioli, vice-presidente da Renosp, ao UOL. "Estamos aguardando a peça inicial para entender qual foi a acusação contra ela, o que levou a PM a questionar a sua capacidade moral [...] "Essa abertura de procedimento terá que ser explicada."
Com 25 anos de carreira na PM, Lumen será submetida ao Conselho de Justificação por determinação do governador, que na última segunda-feira (24) aceitou o pedido do comando da corporação.
O colegiado é o responsável por julgar eventuais transgressões morais de oficiais, mas não está clara qual é a acusação contra a major. A PM informa que o processo está em segredo e não há relação com a identidade de gênero de Lumen.
"É difícil imaginar que não tenha alguma conexão, porque iniciei a transição de gênero em setembro, inclusive com requisição do nome social em outubro", informou a major ao jornalista Abinoan Santiago, do UOL. "É uma coincidência? Quem tem que responder é o governador de Santa Catarina", corrobora Cavichioli.
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