O ator Luis Lobianco se casou com o marido Lúcio Zandonadi em uma cerimônia no Rio de Janeiro
Alexandre Woloch
O ator Luis Lobianco se casou com o marido Lúcio Zandonadi em uma cerimônia no Rio de Janeiro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (16) um aumento do número de casamentos registrados em cartório em 2021, um total de 932.502 uniões em todo o território nacional. Desse total, quase 10% eram de uniões homoafetivas, um número de 9.202 casamentos, sendo 3,6 mil entre homens e 5.602 entre mulheres. Esse valor é 43% maior do que o número de  casamentos entre pessoas LGBTQIA+ em 2020, que foi de 6.433.

Apesar dos dados expressivos, o aumento não chegou aos patamares registrados antes da pandemia da Covid-19. Entre 2015 e 2019, a média anual de casamentos foi de 1.076 milhões de casamentos. Desde 2015, o número de casamentos vem apresentando tendência de queda. Entre 2019 e 2020, no cenário da pandemia, o decréscimo foi ainda mais expressivo (26,1%).

“A média de 2015 a 2019 supera 1 milhão de registros. Frente ao ano anterior, houve uma melhora, com o fato de as pessoas poderem fazer reuniões e festas. O cenário mais estável incentivou os casais, mas não em patamares próximos ao de antes da pandemia”, avaliou Klívia Brayner, gerente da pesquisa.

“É importante destacar que a pesquisa considera somente os registros de casamento civil. União estável, mesmo registrada em cartório, não entra nessa conta”, ressaltou ela.

A taxa de nupcialidade - número de registros de casamento em relação à população de 15 anos ou mais, está em 5,5 para cada 1.000 habitantes. As Regiões Nordeste e Sul registraram as menores taxas (4,9 e 4,8 casamentos, respectivamente), enquanto as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, as maiores (6,0 e 6,3 casamentos, respectivamente).

Divórcios

Outro dado que surpreende é o crescimento do número de divórcios registrados em 2021. O número de divórcios concedidos em 1ª instância ou realizados por escrituras extrajudiciais aumentou 16,8% em 2021, atingindo 386,8 mil. A gerente da pesquisa, destacou, no entanto, as dificuldades que o IBGE vem enfrentado na coleta dessas informações, conforme consta em nota técnica.

“Rotineiramente, o IBGE encontra dificuldades para obtenção dos dados de divórcios, que são contornadas com o diálogo entre as Superintendências Estaduais e a Corregedoria Geral da Justiça dos Estados. Com a informatização das Comarcas e a suspensão do atendimento presencial na pandemia, os problemas aumentaram, com o acesso aos sistemas ficando ainda mais difícil”, explicou.

De 2010 para 2021, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio caiu de 15,9 para 13,6 anos. Em relação ao tipo de arranjo familiar, a maior proporção (48,5%) das dissoluções ocorreu entre casais somente com filhos menores de idade. Em comparação a 2010, esse número cresceu 5,5 pontos percentuais.

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