A representatividade trans na cultura pop , ainda que tenha dado um salto na última década, continua diminuta em comparação com a quantidade de personagens cisgênero. Se diminuirmos mais ainda este recorte e considerarmos as identidades não binárias , ou seja, que não são 100% femininas nem 100% masculinas, a presença nas HQs, filmes, séries e jogos é ainda menor.
Contudo, ainda existem alguns personagens que representam essa parcela da comunidade transgênero. O iG Queer separou alguns exemplos para retratar como é a representação não binária na cultura pop.
Jess Chambers – DC
Um dos novos personagens da DC Comics assumiu o manto do Kid Quick e é uma pessoa gênero-fluido, ou seja, cuja identidade de gênero flui periodicamente, variando de pessoa para pessoa. Ele se uniu aos Jovens Titãs e futuramente assumiu o lugar do Flash na Liga da Justiça ao lado da nova Robin, do novo Batman e da Aquagirl na linha temporal do evento DC Future State.
Raine Whispers – The Owl House
A série animada do Disney Channel apresenta Raine como parte da espécie das bruxas, assumindo a liderança do Clã dos Bardos. Foi um antigo romance da bruxa Eda, uma das protagonistas da série. Whispers é uma pessoa tímida e com medo do palco para fazer discursos em público, mas apesar disso se mostra alguém com coragem. Na dublagem original, quem dá voz a Raine é Avi Roque, que também é uma pessoa não binária.
BMO – The Adventure Time
O personagem videogame não tem um gênero especificado, embora alguns fãs argumentem o contrário. Parece desnecessário debater sobre isso a respeito de um personagem antropomórfico, mas muitos deles têm seu gênero especificado nas obras audiovisuais, como o Wall-E e a Eva, da Disney, por exemplo. BMO não deveria ser uma exceção, além do fato de que na Terra de Ooo, cenário da maior parte da história, há outros habitantes antropomórficos, como os que pertencem ao Reino Doce.
Kazi – O Príncipe Dragão
A série animada da Netflix coloca Kazi como parte da corte dos elfos solares de Lux Aurea. O personagem já estudou linguagens, tradução e interpretação e ocupa o cargo de tradutor oficial para a princesa élfica Janai. Originalmente, Kazi é sempre referido por pronomes neutros (they/them no inglês), e foi confirmado como não binário pela produção da série.
Alex Fierro – Percy Jackson e os Olimpianos
O adolescente de gênero-fluido é filho do deus nórdico Loki (que também é gênero-fluido nas HQs da Marvel). Alex consegue se transformar em animais e em outras pessoas, e possui uma relação complicada com o pai durante a série de livros. O personagem chega a desenvolver um romance com Magnus Chase.
Stevonnie – Steven Universe
Stevonnie consiste na fusão entre Steven e Connie na série animada do Cartoon Network. Na produção, as Crystal Gems possuem o poder de se fundir e formar novos seres, com direito à união de suas habilidades e poderes. O protagonista, Steven, consegue fazer isso após criar um laço emocional com Connie. Vale lembrar que a criadora da série, Rebecca Sugar, também é uma pessoa não binária.
Porcelana – DC
Kani, ou Porcelana, sua identidade secreta, é um personagem criado por Gail Simone para a equipe Sexteto Secreto – formada por criminosos e vilões subordinados para realizar missões secretas infiltradas. Kani identifica-se como gênero-fluido e nas HQs se apresenta tanto no masculino quanto no feminino. Os poderes de Kani consistem em induzir fragilidade em objetos por meio do toque, o que significa que independentemente da rigidez da substância, Porcelana a torna maleável e possível de estraçalhar como vidro com a sua arma: uma marreta de aço.
Double Trouble – She-Ra
A série animada da Netflix apresenta Double Trouble, criado pelo cartunista e produtor transmasculino e bigênero ND Stevenson. O personagem é não binário e gay. Embora sua verdadeira forma seja desconhecida, ele normalmente assume um físico elfo reptiliano e usa collant preto.
Kino
O personagem-título do anime de 2003 explora países com diferentes costumes junto de uma motocicleta falante chamada Hermes. Kino é trans não binário e os pronomes variam entre femininos e masculinos, pois algumas pessoas o classificam como “menino” e outras como “menina”.