Quando se trata de representatividade queer nas séries , muitas vezes há falhas que precisam ser mencionadas. Uma delas é o fato de que, em inúmeras produções, personagens LGBT receberam finais tristes, ou porque não conseguiram alguém para amar ou porque morreram. Os fãs geralmente apontam esses fatores como algo a ser urgentemente melhorado, pois dá o tom de que pessoas LGBT não têm outra perspectiva além da solidão ou da morte em seus horizontes.
Para relembrar alguns desses casos, o iG Queer separou personagens queer que não sobreviveram em séries e que podiam ter desfechos melhores. Vale lembrar que, assim como o queerbaiting, essa forma de abordar vivências LGBT reduz os indivíduos da comunidade a uma “cota” a ser preenchida, e não como pessoas que podem ter um bom desenvolvimento de enredo.
Denise Cloyd, de “The Walking Dead”
A personagem, que era médica na zona segura de Alexandria, chegou a dar um selinho em Tara, mas se tornou a primeira vítima do grupo de Negan quando o antagonista retaliou contra o ataque a Alexandria. O fato dela não ter conseguido desenvolver um romance sólido e morrer tão rápido é decepcionante, pois poderia ter muito mais destaque na série – ainda mais sendo uma médica em meio a um apocalipse zumbi.
Loras Tyrell, de “Game of Thrones”
Preso por pederastia – relação sexual entre um homem e um rapaz mais jovem –, ele morreu ao lado da irmã, Margaery, quando Cersei explode o edifício em que ele estava preso com uma bomba de fogo de dragão. Aqui o personagem é posicionado como um simples prisioneiro, sem um desenvolvimento que lhe desse a oportunidade de dar rumo à própria história.
Poussey Washington, de “Orange Is The New Black”
Filha de militares, ela teve como primeiro amor a filha de um comandante alemão quando seu pai foi enviado ao exterior. Poussey morre asfixiada acidentalmente pela guarda novata Baxter Bayley durante uma demonstração no refeitório da prisão Litchfield. A cena é bem emocionante e as demais detentas ficam muito sentidas com a morte dela, que não teve muitas oportunidades de crescer dentro da trama.
Lexa, de “The 100”
Comandante dos 12 Clãs, ela inicia um relacionamento com Clarke e morre após acidentalmente levar um tiro do rival na barriga. Mesmo que tenha conseguido um relacionamento, não pôde vivê-lo. Esse é um dos pontos principais que leva os fãs a questionarem fins trágicos de personagens LGBT.
Edward Meechum, de “House of Cards”
O guarda-costas de Frank Underwood foi promovido para o Serviço Secreto quando o protagonista se tornou presidente, participou de um ménage com o patrão e a esposa dele e depois morreu ao levar um tiro no lugar do chefe. Essa sequência de acontecimentos reduziu Edward a um personagem que não tinha outras utilidades que não fossem sexuais ou profissionais. Ele não pôde ser melhor desenvolvido.
Donnie, de “Shades of Blue”
O tenente que cuidava dos assuntos internos da polícia de Nova York e ex do chefe de distrito corrupto foi morto por outro policial, aparentemente, em autodefesa. Contudo, é um personagem que, além de não conseguir se desenvolver muito, é conhecido mais como o “ex de alguém” do que pelos próprios feitos.
Mary Louise e Nora, de “The Vampire Diaries”
Imortais e afiliadas aos Hereges, as duas amantes com mais de 100 anos de história se cansam de viver uma vida fugindo do Arsenal e decidem se matar em uma explosão de carro. É uma morte que poderia ter sido evitada e as duas poderiam continuar desenvolvendo uma história juntas.