O cantor Vitão , de 23 anos, afirmou que não irá rotular sua sexualidade, pois não consegue encaixar-se em uma única sigla. Em uma entrevista para Lucas Pasin do UOL, o cantor ainda admitiu que o assunto é irrelevante para ele e lamentou que o público em geral se preocupe tanto com esta questão.
"Dão uma importância descabida para a minha sexualidade . Com quem a gente transa ou se sente atraído não deveria ser algo tão importante para os outros. A liberdade ou não das pessoas, os lugares que elas podem ou não frequentar, as amizades, tudo na vida parece ser determinado a partir disso. Isso deveria ter uma importância menor", desabafou o artista, que desmentiu rumores de que estaria namorando um homem.
Durante a conversa, Vitão explicou que vê o sexo como "a arte do toque" e que não faz distinção de parceiros por gênero, pois é uma pessoa "que gosta de gente". "Não gosto nem de me definir dentro de alguma sigla. Fujo de rótulos. Não me defino como hétero, bi ou gay, eu sou tudo ", disse.
"Criamos uma visão de mundo muito datada a partir da igreja e de dogmas sociais. Somos um país com a maioria cristã , e muita coisa da nossa mente fechada vem disso. Vivemos dentro de regras. Gosto de me relacionar, beijar e tocar, e de estar com pessoas com quem me sinto bem", acrescentou o cantor.
Mesmo após escolher manter-se distante das siglas, Vitão aproveitou para exaltar a necessidade da LGBTQIA+.
"Óbvio que muita gente precisa disso para se firmar. Vivemos dentro de uma sociedade extremamente homofóbica . Vivemos em uma sociedade em que eu me sinto bem em incomodar. Gosto de incomodar. É uma sociedade escrota", disparou.
Ao ser questionado sobre como tem lidado com os haters nas redes sociais , o cantor afirmou que as ofensas acabam ampliando sua criatividade e o impulsionam a criar cada vez mais.
"Muito do ódio gratuito das pessoas, que me odeiam simplesmente pela minha forma de ser, acaba se tornando combustível. Me dá mais gás para entregar um disco fod* e calar a boca de todo mundo. Sempre fiz isso e seguirei fazendo", garantiu.
"Minha música me deu autoconfiança. Nos momentos em que me senti mais lixo, que é ainda a maneira que muitos me colocam, o que me trouxe segurança foi fazer música. Produzo. Toco todos os instrumentos, componho, e vejo que fiz tudo isso sozinho. Esse é o poder que eu tenho", concluiu Vitão.
Acompanhe o iG Queer no Instagram ! Siga o perfil geral do Portal iG no Telegram.