O deputado estadual Carlos Minc (PSB) esteve presente no ato.
Pedro Ivo/ Agência O Dia
O deputado estadual Carlos Minc (PSB) esteve presente no ato.

Pelo menos 30 pessoas se reuniram em frente ao Bar Popeye, Zona Sul do Rio, na manhã de domingo (11), para um protesto contra uma denúncia de homofobia que teria ocorrido na última quarta (7).

O grupo que organizou o ato começou falando palavras de ordem no megafone e alguns casais promoveram um "beijaço" na porta do estabelecimento, além de estender a bandeira LGBTQIA+. O evento começou por volta de 12h e teve duração de 1h30.

De acordo com Fernando Pimentel, de 44 anos, que afirmou ter sofrido homofobia por um dos sócios do bar, o ato ocorreu para mostrar à sociedade a visibilidade e importância de órgãos que possam ajudar em denúncias semelhantes.

"Eu acho que a importância desse protesto foi dar visibilidade para um problema que acontece com muita gente. Isso tem um simbolismo para pessoas que sofrem esse tipo de discriminação, que não têm voz. Nós representamos a voz de muita gente", disse ele.

"Essas pessoas precisam se sentir motivadas para entender que existem, sim, órgãos certos para nos proteger. A sociedade civil é preparada para combater esse tipo de situação, inclusive, nesse ato, foi colocado os órgãos que cuidam desse tipo de assunto, que a gente pode denunciar caso aconteça", completou.

"O grande significado desse 'beijaço' é dar visibilidade a um problema que muita gente sofre, mesmo sendo 2022. Muitos não têm esse acesso que temos, de imprensa e tudo mais, às vezes não possuem acesso nem a delegacias, porque muitas não querem registrar", concluiu.

Segundo Fernando, já existe um processo criminal aberto contra Milton Caruso de Freitas, sócio do Popeye Bar, e a empresa precisará fazer um ajuste de conduta. O deputado estadual, Carlos Minc (PSB) também esteve no ato e fez um discurso.



Entenda o caso

O caso aconteceu no feriado da última quarta-feira (7). Fernando e seu namorado, Rafael Monteagudo, afirmam ter sofrido homofobia no local. Segundo o designer, um dos sócios negou atendimento a eles por serem gays, enquanto casais héteros continuavam sendo servidos no local.

Segundo Freitas, o que ocorreu, na verdade, foi um desentendimento por parte de Fernando, que não aceitou as condições para ser atendido no bar.

"O bar começou a ficar muito cheio, com muito movimento e então nós suspendemos a venda no balcão, ficamos atendendo só as mesas. E foi dito isso para várias pessoas, só que um determinado momento chegou esse rapaz e queria ser atendido no balcão. Foi explicado para ele que que a gente havia suspendido as vendas. Então ele falou: 'Ah, não, mas eu sou cliente, eu quero ser atendido, por que não está me atendendo?'. Primeiro ele falou com o rapaz do balcão, que explicou a situação. Depois, ele veio na minha direção falar comigo. Não vi porque estava de costas. Mas ele veio e bateu com uma esteira, que estava na mão, na minha cabeça. Eu virei assustado e falei para ele: 'Que isso, rapaz?', e ele respondeu: 'Eu quero saber porque eu não posso ser atendido', e eu expliquei a mesma coisa", disse o sócio do estabelecimento.

Ainda de acordo com o seu relato, Fernando teria se alterado, tentando justificar a falta de atendimento: "Do nada, ele começou a gritar 'o senhor só não está vendendo para mim porque eu sou gay, só está atendendo os bolsominions', e começou a dar o show dele, então eu falei para ninguém responder ele e ficamos quietos".

Fernando Pimentel contestou a informação dada por Milton de que o bar estava cheio. Segundo Fernando, ele e o marido frequentam o local há oito meses e no dia do ocorrido o estabelecimento não estava mais cheio do que o normal. O designer diz ainda que tentou filmar o momento em que Milton disse que não atenderia gays, mas não conseguiu. "Eu fiquei tão nervoso que acabei tirando foto", afirmou.

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