Roberta Miranda não costuma falar muito sobre a vida pessoal, mas fez revelações surpreendentes sobre sua íntima em entrevista para o jornalista Leo Dias, publicada nesta quarta-feira (17), em que dá detalhes sobre seu passado, como um namoro na adolescência com uma travesti* chamada Luz del Fuego.
A rainha do sertanejo disse que sempre teve um pé atrás com algumas atitudes masculinas por refletir um passado difícil no relacionamento com o pai, que era alcoólatra. Além disso, ela falou que fez um juramento no leito de morte da mãe que jamais falaria sobre sua vida pessoal em entrevistas. Por mais que tenha vontade de quebrar o juramento, esse é um assunto que a cantora ainda não consegue superar.
"A família, por mais maravilhosa que seja, o meu pai e irmãos foram impiedosos comigo. Eu não sei se meu negócio é menino, menina, travesti... eu até namorei com uma travesti, chamada Luz del Fuego, que era completa: metade mulher, metade homem e a gente se apaixonou muito, mas eu era muito neném. Era uma confusão."
Questionada se ela se define como bissexual hoje em dia, a sertaneja foi enfática:
"Eu costumo dizer que já passei disso e hoje me vejo como 'trissexual'. Digo que quem come de tudo não passa vontade", se divertiu.
O relacionamento com Luz del Fuego aconteceu cerca de 50 anos atrás, quando a travesti trabalhava como performer na cidade de São Miguel Paulista, região metropolitana de São Paulo, fazendo shows com uma cobra enrolada no corpo. Na época, ainda na adolescência, Roberta usava pronomes femininos para se referir a Luz enquanto ela estava no trabalho, mas a tratava no masculino na intimidade.
"Eu morria de medo da cobra e ela usava quase como uma echarpe [no pescoço]. Ela era muito linda, tinha olhos verdes, morena, linda de matar. Eu, muito menina, me apaixonei. Ela também se apaixonou", narrou. "Comecei a ir ao show porque a achava muito linda. Nos apaixonamos e, depois, fui à casa dela, que queria que a tal cobra ficasse no quarto. Eu não sei se eu ficava de olho nela ou na cobra", detalhou.
Roberta comentou que ninguém da família sabia do relacionamento porque existia muito preconceito e Luz era proibida de ir até a casa da cantora. O namoro delas acabou porque a sertaneja não conseguia se acostumar a conviver com uma cobra.
Ela disse que também namorou com homens e que eles eram recebidos com hostilidade pelo pai. Roberta namorou muito e, aos 15 anos, sem que ninguém soubesse, perdeu a virgindade com um deles, também morador de São Miguel, mas a experiência não teve nada de especial.
"Não senti nada. A primeira vez nos intimida e, com o tempo, você vai se moldando, se entendendo. O sexo é um balé. Sou libra com libra, uma pessoa regida pelo sexo. Sou uma pessoa extremamente sensual e sexual", afirmou.
Sobre ser uma mulher muito sexual, a dona do hit "Chalana", que faz parte da trilha sonora de "Pantanal", revelou que nunca olha para outra de maneira inocente e que demonstra interesse em alguém de forma elegante.
"Às vezes, quando vem alguém falar que é fã e admiradora, a gente saca que não é só isso. Eu acho isso bonito. Sou tímida, então é diferente. Não consigo chegar e dizer 'te quero' ou 'você é uma delícia'. Eu demonstro com carinho e atenção. A elegância independe se você é pobre ou rico. Isso é lindo e prezo muito por isso."
*Na entrevista, Roberta Miranda preferiu usar os pronomes masculinos para se referir à namorada travesti, tal como usava antigamente, mas alteramos para os femininos em respeito à comunidade trans e travesti.
Assista à entrevista completa aqui:
Agora você pode acompanhar o iG Queer também no Telegram! Clique aqui
para entrar no grupo. Siga também o perfil geral do Portal iG
.