A nadadora Lia Thomas quebrou recorde na competição feminina
Reprodução/ESPN 19.06.20222
A nadadora Lia Thomas quebrou recorde na competição feminina

A nadadora trans Lia Thomas, que ficou conhecida por quebrar recordes femininos este ano, será proibida de competir contra mulheres cisgêneros em eventos internacionais depois que a FINA, entidade que rege a natação mundial, anunciou neste domingo (19) que está barrando atletas trans que tiverem completado sua transição somente após os 12 anos de idade. 

Esses atletas que estiverem dentro das novas normas ainda terão de comprovar à federação que suprimiram continuamente seus níveis de testosterona desde a data limite. De acordo com o DailyMail, a decisão aconteceu depois que o COI (Comitê Olímpico Internacional) deixou para as federações esportivas individuais desenvolver regras sobre atletas trans. 

A FINA também está criando uma "categoria aberta" para que atletas transgêneros possam competir uns contra os outros em eventos como o Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, Campeonato Mundial de Natação e Copa do Mundo de Natação.

"Temos que proteger os direitos de nossos atletas de competir, mas também temos que proteger a justiça competitiva em nossos eventos, especialmente a categoria feminina nas competições da FINA”, disse Husain Al-Musallam, presidente da FINA, em comunicado.

A rápida ascenção e os recordes quebrados por Lia Thomas causaram um grande reboliço no mundo dos esportes aquáticos e levantaram a discussão sobre a presença de pessoas transgêneros em esportes de alto rendimento. Muitos dos opositores à atuação dessas pessoas alegam que elas não deveriam competir porque toda a estrutura biológica da atleta já sofrera ação da testosterona desde a puberdade até a vida adulta.

A decisão de banir atletas transgêneros dos eventos da FINA foi tomada durante o congresso geral extraordinário da federação, quando o campeonato mundial acontece em Budapeste. Membros da organização ouviram uma banca composta por importantes figuras médicas, jurídicas e esportivas, que se reuniu pela primeira vez. Em novembro do ano passado, o COI instou as federações a mudar seu foco dos níveis individuais de testosterona e pediu evidências para provar quando existia uma vantagem de desempenho. 

A política foi aprovada com uma maioria de 71% depois de ser apresentada aos membros de 152 federações nacionais com direito a voto que se reuniram para o congresso na Arena Puskas. Cerca de 15% votaram contra a política de elegibilidade nas categorias de competição masculina e feminina, enquanto 13% se abstiveram.

"Não quero que nenhum atleta seja informado de que não pode competir no mais alto nível", disse Al-Musallam. "Vou montar um grupo de trabalho para montar uma categoria aberta em nossos encontros. Nós seremos a primeira federação a fazer isso", avançou.

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